Perfil epidemiológico e tendência da hanseníase em menores de 15 anos

Abstract

RESUMO Objetivo Avaliar as características epidemiológicas e tendência dos casos novos de hanseníase em menores de 15 anos no estado da Bahia, no Brasil, entre 2007 e 2017. Método Análise quantitativa, transversal e descritiva dos casos registrados no Sistema de Informação de Agravo de Notificação. As variáveis sociodemográficas foram analisadas estatisticamente por meio do teste G, e a classificação das tendências, por meio da regressão linear, juntamente com a tendência ou mudança percentual. Resultados Constituído por 2.298 casos novos, o estudo apresentou taxa de detecção decrescente, proporção de contatos examinados crescente e proporção de cura decrescente. Os casos Paucibacilares se destacaram, com 63,27%, predominando entre pessoas do sexo feminino, com ensino fundamental incompleto, raça/cor parda e com zona de residência urbana. Quanto a forma clínica, incapacidade física e modo de detecção, 26,68% foram tuberculoide, 73,72%, grau 0 e 36,42%, encaminhamento, respectivamente. Conclusão A tendência aumentada na proporção de contatos examinados e a diminuição na proporção de cura revelaram uma necessidade de melhoramento por parte do sistema de saúde no acompanhamento dos pacientes durante o tratamento contra a hanseníase.

Fatores associados à limitação de atividade em casos novos de hanseníase em município hiperendêmico do Nordeste, Brasil

“…42 Impactos benéficos das políticas de transferência de renda, a exemplo do programa bolsa família e da expansão da rede de saúde, têm sido destacados como importantes mecanismos capazes de aumentar a adesão à poliquimioterapia e cura da hanseníase em casos multibacilares, além de interromper a transmissão da doença. [43][44][45][46][47][48] Esses determinantes sociais também influenciam na ocorrência de incapacidades físicas 42 e limitações funcionais. 28 No município de Juazeiro/BA, mais de dois terços dos indivíduos já possuíam algum grau de incapacidade (1 ou 2), e 32,0% apresentaram limitação funcional.…”

Perfil dos pacientes de hanseníase: uma revisão de literatura

“…Os estudos apontam que a maioria dos casos de hanseníase estavam na faixa etária entre 30 a 59 anos (Araújo et al, 2021;Melo et al, 2020;Melão et al, 2011;Miranzi et al, 2010), cuja idade média foi de 37 anos (Pinho et al, 2015), 43,3 anos (Melão et al, 2011) e 49,28 anos (Gaudenci et al, 2018), reforçando que o acometimento acontece entre aqueles que estão na fase economicamente ativa. Além desses dados, alguns trabalhos trouxeram a idade mínima e máxima dos pacientes atendidos, cuja variação ocorreu entre 12 e 89 anos (Gaudenci et al, 2018;Melão et al, 2011), sendo que a detecção em menores de 15 anos vem diminuindo no estado da Bahia (Santos et al, 2020), ainda represente 10,5% dos casos (Araújo et al, 2021).…”

“…As pesquisas mostraram predomínio do sexo masculino (Araújo et al, 2021;Gaudenci et al, 2018;Melo et al, 2020;Miranzi et al, 2010), ainda que o feminino tenha sido identificado como predominante em outros estudos (Melão et al, 2011;Santos et al, 2020), o que pode ser resultado das campanhas destinadas à saúde da mulher, bem como comportamentos destinados ao autocuidado e preocupação com a estética, além do subdiagnóstico no sexo masculino nestas regiões (Melão et al, 2011;Santos et al, 2020) e barreiras na implementação de ações efetivas de prevenção e controle da doença (Queiroz et al, 2015).…”

“…Para a variável raça/ cor, também há uma divergência entre os autores, o que pode estar relacionado com as características da população nas diferentes regiões geográficas onde houve o processo de miscigenação refletindo no adoecimento pela hanseníase (Araújo et al, 2021;Gaudenci et al, 2018;Melão et al, 2011;Miranzi et al, 2010;Santos et al, 2020).…”

“…A maioria dos artigos foram publicados em 2020 (Melo et al, 2020;Santos et al, 2020), com delineamento transversal (Alves et al, 2017;Gaudenci et al, 2018;Melão et al, 2011;Melo et al, 2020;Queiroz et al, 2015;Santos et al, 2020) e retrospectivo (Araújo et al, 2021;Melão et al, 2011;Miranzi et al, 2010). Outrossim, as pesquisas tinham como objetivo identificar o perfil dos pacientes de hanseníase nos seus respectivos locais de estudo, principalmente no estado do Piauí ( Participaram dessa pesquisa 54 pacientes, a maioria era do sexo feminino (57,4%), brancos (79,6%), residiam na zona urbana (81,5%), eram casos novos (81,5%) e tinham idade média de 43,3 anos, sendo a mínima de 12 anos e máxima de 83 anos, a faixa etária mais acometida pela doença estava entre 30 a 39 anos.…”