ResumoAo longo de mais de um século de existência o Comitê Olímpico Internacional (COI) teve apenas nove presidentes em sua história. Embora o fundador do COI, o barão Pierre de Coubertin, tenha procurado internacionalizar a entidade o Movimento Olímpico historicamente apresentou um predomínio europeu na gestão do esporte olímpico. A proposta desse artigo é fazer uma análise comparativa das biografi as ofi ciais dos presidentes do COI disponibilizadas no site da instituição com os documentos ofi ciais do COI (o Boletim Olímpico e o site ofi cial) e os jornais de época (Folha da Manhã, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo). Por meio da análise dessas diferentes fontes identifi camos críticas da gestão de cada presidente para além das imagens construídas pelo discurso ofi cial.PALAVRAS-CHAVE: Movimento olímpico; Presidentes; Biografi as; Jogos olímpicos.Existe uma conexão direta entre Jogos Olímpicos e seu idealizador, o barão Pierre de Coubertin. Sua capacidade de articulação política fez da renovação dos antigos Jogos Olímpicos um evento secular e que ocupa no calendário esportivo uma posição de destaque na Era Moderna. Mesmo após a sua morte, ocorrida em 1937, o Olimpismo continuou a existir. Como defendia que "A história permite-lhe situar sua ideia no contexto histórico e leva-la ao êxito" 1 (p. 26), a proposta desse artigo foi fazer uma análise comparativa das biografi as dos presidentes do COI disponibilizadas na página ofi cial da instituição, onde estão contidas informações sobre a gestão de cada um deles, com outras fontes documentais que apresentaram as biografi as ou referê ncias ao momento em que esses presidentes estavam no cargo. Pretendese com esse procedimento mostrar a distância que existe entre os discursos ofi ciais construídos posteriormente à gestão do presidente, permitindo que se solidifi que uma imagem distinta das ações realizadas por esses presidentes.Ao longo dos seus 120 anos de existência o Comitê Olímpico Internacional (COI) teve apenas nove presidentes em sua história. O Movimento Olímpico se solidificou como sendo parte integrante do contexto europeu fato que pode ser observado no predomínio dos presidentes desse continente (oito da Europa e apenas um norteamericano), dos membros da entidade (sempre houve maioria europeia) e pelas sedes escolhidas para a realização dos Jogos Olímpicos de verão (50% das cidades foram da Europa contra 23% das Américas, 20% da Ásia e 7% Oceania).Essa hegemonia aponta para os rumos políticos que envolvem o Movimento Olímpico bem como para as questões de ordem comercial que ganharam uma nova dimensão a partir do processo de profissionalização dos Jogos Olímpicos, especialmente, a partir da década de 1980.Embora Damo 2 faça uma análise dos dirigentes do futebol as suas considerações servem, por extensão, para entender a dinâmica do poder que envolve os dirigentes olímpicos, uma vez que a lógica que prevalece na Federação Internacional de Futebol Association (FIFA) é a mesma para os demais esportes em diferentes níveis. Afi rma o autor que esses dirig...