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Abstract

hoje, em nível internacional, um dos nomes mais conhecidos e respeitados da economia ecológica. Sua erudição e conhecimento empírico -demonstrados no seu trabalho como professor catedrático da Universitat Autonoma de Barcelona e presidente da International Society for Ecological Economicsresultaram em artigos e livros que são obras de referência.No entanto, uma das características mais notáveis da atuação de Alier é que suas atividades científicas e acadêmicas nunca sobrepujaram o compromisso político-humanista e o exercício de uma cidadania ativa, preocupada com os pobres. Uma atitude bastante significativa nesses tempos de cinismo e indiferença crescentes nos meios intelectuais. Nesse sentido, as análises teóricas de Alier sobre economia dos recursos naturais são marcadas por décadas de convívio com pescadores, camponeses, pequenos extrativistas e outros moradores das zonas rurais da América Latina, Ásia e África. São indivíduos que sofrem, de modo particularmente acentuado, os efeitos da degradação ambiental -até mesmo pela dependência direta dos fatores climáticos e cíclicos da natureza -sem participar da festa do consumismo que em grande parte provoca a atual crise ecológica global.Esse novo livro de Alier − cuja edição espanhola saiu em 2004 pela Editorial Icaria, de Barcelona − sintetiza suas preocupações sociais e teóricas, procurando apontar o potencial dos setores mais pobres da população mundial como ativos participantes do esforço pela transformação dos padrões de produção e consumo dominantes no planeta. Um dos objetivos deThe environmentalism of the poor é justamente aproximar as discussões teóricas sobre economia ecológica e ecologia política -especialmente a teoria dos conflitos distributivos na apropriação social dos recursos naturais -das práticas concretas dessas comunidades, rurais ou urbanas, de diferentes partes do mundo. Para isso, são analisadas, entre outras questões, a luta de pescadores contra a destruição dos manguezais pela indústria do camarão, de populações extrativistas florestais contra a contaminação causada pela indústria petrolífera e pelo garimpo do ouro, e de grupos indígenas contra a biopirataria.Um dos referenciais teóricos e políticos do livro é a busca pela "justiça ambiental", ou seja, por um padrão de relação social com o meio ambiente que garanta a repartição justa dos bens naturais e impeça que os mais pobres sejam penalizadas pelas atividades poluentes no seu lugar de moradia. Aqui, cabe destacar que num dos