A Matemática e a Educação Física, na conjuntura política e cultural da educação básica, são componentes curriculares em disputa e debates históricos sobre o direcionamento para a formação e o desenvolvimento dos jovens estudantes brasileiros. Neste contexto, este artigo objetiva analisar indícios de desenvolvimento na adolescência, a partir de tarefas de estudo com os conceitos de raiz quadrada em Matemática e de capoeira em Educação Física. Estas são organizadas nos aportes teóricos da periodização histórico-cultural do desenvolvimento humano e da didática desenvolvimental. O estudo teve a seguinte questão norteadora: como organizar o trabalho pedagógico-didático da Matemática e da Educação Física de forma a efetivamente impulsionar o desenvolvimento na adolescência? A metodologia foi de base empírica, e foi utilizado o experimento didático-formativo. A análise dos resultados propiciou condições de afirmar que as atividades de estudo de Matemática e de Educação Física colaboraram para o desenvolvimento dos adolescentes. Dentre as contribuições, destacaram-se: transformações dos motivos; imaginação e criatividade; atenção; percepção; memória; pensamento teórico e sistema de conceitos e cooperação na comunicação íntima pessoal. Na Matemática, estas contribuições formativas propiciaram aos adolescentes o que se denomina de desenvolvimento consciente das significações conceituais matemáticas e, na Educação Física, desenvolvimento do movimento corporal consciente. Conclui-se que, no processo de ensino e aprendizagem da Matemática e da Educação Física, não existe “dom” e/ou “talento”, mas desenvolvimento.