Uma das formas de se avaliar objetivamente a produção científica de determinado país, instituição ou mesmo autor é através do volume numérico de suas publicações. A citação dessas publicações por outros autores apontam para a sua repercussão e importância no cenário científico nacional ou mundial. Através da relação numérica publicação/citações é que se calcula o fator de impacto (FI).O cálculo é feito dividindo-se o número de citações no Science Citation Index pelo número de artigos publicados nos 2 anos precedentes. Somente as publicações indexadas no Institute of Scientific Information (ISI), que por sua vez são indexadas no MEDLINE, têm esse fator calculado periodicamente 1 . A importância desse cálculo vem crescendo, desde que o FI passou a ser adotado por inúmeras instituições, governamentais ou não, como diferencial na avaliação das revistas científicas e dos autores no concorrido palco da pesquisa mundial.No Brasil, o FI tem sido usado como parâmetro de avaliação de qualidade da produção científica dos autores e dos periódicos, inclusive por comissões e órgãos governamentais, como é o caso da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que classifica os nossos cursos de pós-graduação e seus orientadores, a partir das publicações de teses geradas, conforme o FI das revistas.As publicações em revistas nacionais indexadas no SciELO (Qualis A Nacional) pontuam apenas os cursos, e não os orientadores. A impressão é de que os dirigentes dessas instituições acreditam que tudo o que é publicado no Brasil é ruim ou de qualidade inferior 1 .Deve-se considerar que, algumas vezes, os números do FI não refletem a qualidade do artigo, pois muitos podem ter um número grande de citações exatamente por seus aspectos negativos. Além disso, muitas pesquisas regionais publicadas em revistas nacionais são importantes para o país, mas não geram FI, apesar da alta qualidade 1 .As revistas nacionais indexadas no MEDLINE tendem a apresentar baixos FI, por variados motivos: pela pouca disponibilidade dessas revistas nas bibliotecas da Europa e EUA; porque os autores nacionais preferem ou são obrigados a publicar seus melhores trabalhos em revistas internacionais; pela prática existente entre os autores nacionais de não citarem seus colegas brasileiros e latino-americanos 1,2 .O Jornal Vascular Brasileiro vem insistindo no sentido de que, em nossos artigos, sejam citados esses autores 2,3 , sendo essa uma recomendação expressa na lista de verificação das normas da revista. Acredito que este esforço tem gerado resultados, pois nos indicadores do SciELO (www.scielo. br/jvb) e Scopus (www.scimagojr-.com), as citações de nossos artigos vêm crescendo aos poucos (Figuras 1 e 2 , ainda há que se trabalhar muito para mudar o pernicioso hábito dos autores brasileiros de não citarem as ótimas publicações de * Editor-chefe, J Vasc Bras.Não foram declarados conflitos de interesse associados à publicação deste editorial.