2006
DOI: 10.1590/s1517-97022006000100007
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Apolo-Prometeu e Dioniso: dois perfis mitológicos do "homem das 24 horas" de Gaston Bachelard

Abstract: Gaston Bachelard (1884-1962), um filósofo como ele se auto-denomina de "dupla natureza", pensador de campos do conhecimento tão díspares como a epistemologia da ciência e a metafísica da imaginação poética, reclama uma leitura da dualidade e da complexidade da sua vida e obra. Desse modo, o objetivo deste artigo é investigar a relação dialógica entre a epistemologia da ciência e a metafísica da imaginação poética, dois delineamentos opostos, concorrentes e complementares da filosofia de Bachelard, freqüentemen… Show more

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“…Um homem diurno e noturno, de "dupla natureza" (Bachelard, 1988, p. 52), como ele se autodenomina, que passeia sinuosamente entre a epistemologia e a poética e entende que "a imaginação [...] com pleno direito à expansão nos territórios da arte, possui papel fundamental -fundamentante -na criação científica, no próprio terreno consagrado ao cultivo das ideias claras, no reino dos conceitos" (Pessanha, 1985, p. 6). Pensa-se, assim e de tal modo, num Bachelard dionisíaco na sua complementariedade apolínea (Freitas, 2006), um homem das 24h e de dupla natureza, ousado pela imprudência de um filósofo-poeta com sua filosofia científica e com devaneios poéticos. Bachelard atreve-se ao transitar entre uma ciência poética e uma arte científica.…”
Section: Uma Ciência Poética Numa Arte Científica (E Vice-versa)unclassified
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“…Um homem diurno e noturno, de "dupla natureza" (Bachelard, 1988, p. 52), como ele se autodenomina, que passeia sinuosamente entre a epistemologia e a poética e entende que "a imaginação [...] com pleno direito à expansão nos territórios da arte, possui papel fundamental -fundamentante -na criação científica, no próprio terreno consagrado ao cultivo das ideias claras, no reino dos conceitos" (Pessanha, 1985, p. 6). Pensa-se, assim e de tal modo, num Bachelard dionisíaco na sua complementariedade apolínea (Freitas, 2006), um homem das 24h e de dupla natureza, ousado pela imprudência de um filósofo-poeta com sua filosofia científica e com devaneios poéticos. Bachelard atreve-se ao transitar entre uma ciência poética e uma arte científica.…”
Section: Uma Ciência Poética Numa Arte Científica (E Vice-versa)unclassified
“…(Bachelard, 1988, p. 6, grifo do autor) Posto isto, pergunta-se: como o pensamento de Gaston Bachelard sobre a complementaridade entre razão e sensibilidade, ciência e imaginação, pode propiciar e articular a construção de conhecimento científico, em particular, o conhecimento matemático, potencializando o ensino? Na escrita deste artigo, então, coloca-se em movimento um tipo de devaneio, a complementariedade dionisíaca-apolínea 3 (Freitas, 2006) de um Bachelard das 24h, diurno e noturno para, depois, envolvendo-se com esse pensamento racional e imaginativo, concomitantemente, buscar compreender a passagem do autor a sua fase noturna com implicações no modo de pensar o conhecimento científico, em particular, o pensamento matemático. Para tanto, analisa-se seu envolvimento com os pressupostos do movimento surrealista da arte, o qual enfatiza o inconsciente na atividade criativa, ou seja, é como se existisse outra realidade com o pensamento, colocando em questionamento o entendimento humano e o olhar dirigido às coisas, indo para além do já pensado e do já olhado, transpassando a realidade.…”
unclassified
“…Não surpreende que categorias conceituais que se polarizam mas que integram uma mesma unidade tenham seduzido o pensamento do cientista-filósofo, a dividir as horas de seus dias entre a epistemologia e a poética. Mesmo que possamos vislumbrar a separação entre um -Bachelard diurno‖ (dedicado aos conceitos) e um -noturno‖ (entregue às imagens), faz-se necessário notar que a melhor definição de seu perfil investigativo foi ele mesmo quem cunhou: um -homem das 24 horas‖, de natureza uni-dual, apolíneo-prometeico mas também dionisíaco (FREITAS, 2006), capaz de viver a tranquilidade de consciência no trabalho alternado da ciência e da poesia (BACHELARD, 2006).…”
Section: Intermezzounclassified
“…Compreende-se, pois, que o fenômeno da dissolução dos sólidos na água seja um dos principais fenômenos dessa química ingênua que continua a ser a química do senso comum e que, com um pouco de sonho, é a química dos poetas" (p.97). experimentações e os processos imaginativos envolvidos para tal até a abstração; um "colocar luz", "iluminar o inconsciente" e racionalizar as imagens produzidas no processo do fazer científico (Freitas, 2006). Freitas (2006, p.109) ainda acrescenta:…”
Section: -O Caminho -A Realização Das Tarefas Iniciatóriasunclassified