“…Incentivadas pelas afamadas "tias" (migrantes baianas, muitas das quais sacerdotisas do candomblé -ialorixás), posteriormente elevadas ao status de epígonas da tradição popular-nacional do samba carioca, as rodas musicais festivas foram, simultaneamente, o esteio do chamado "pequeno Carnaval", oposto ao "grande", que tomava a Avenida Central (depois, Rio Branco) com os préstitos das imensas alegorias das sociedades carnavalescas e pelo cortejo mundano do corso de automóveis, ainda pelas batalhas de confete. O epicentro do pequeno carnaval estava na Praça XI, no bairro da Cidade Nova, onde próximo vivia Tia Ciata (Hilária Batista de Almeida), a mais celebrada entre as "tias baianas" afro-brasileiras (Figura 2) (GOMES, 2013;QUEIROZ, 1992;VELLOSO, 1990). A praça congregava as multidões mais pobres e racializadas, mas muitas entre as suas facções foram as protagonistas do surgimento de três inovações estético-organizacionais que deitaram raízes profundas na folia carnavalesca carioca: os cordões, os ranchos e as escolas de samba.…”