2013
DOI: 10.1590/s1517-75992013000200014
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

"Pelo telefone mandaram avisar que se questione essa tal história onde mulher não tá": a atuação de mulheres musicistas na constituição do samba da Pequena África do Rio de Janeiro no início do século XX

Abstract: Esta investigação lança-se sobre o samba da Pequena África do Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XX de modo a analisar a atuação das mulheres na região que ficou conhecida como o berço do samba. A partir disso, identifiquei que as Tias Baianas da Pequena África foram mulheres atuantes e influentes no meio musical de sua época, compositoras, instrumentistas, cantoras, agentes transformadoras em um território tido como essencialmente masculino, como é o caso de Ciata, Perciliana, Carmem do Ximbuca, M… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1

Citation Types

0
0
0
1

Year Published

2017
2017
2023
2023

Publication Types

Select...
3
1
1

Relationship

0
5

Authors

Journals

citations
Cited by 5 publications
(1 citation statement)
references
References 1 publication
0
0
0
1
Order By: Relevance
“…Incentivadas pelas afamadas "tias" (migrantes baianas, muitas das quais sacerdotisas do candomblé -ialorixás), posteriormente elevadas ao status de epígonas da tradição popular-nacional do samba carioca, as rodas musicais festivas foram, simultaneamente, o esteio do chamado "pequeno Carnaval", oposto ao "grande", que tomava a Avenida Central (depois, Rio Branco) com os préstitos das imensas alegorias das sociedades carnavalescas e pelo cortejo mundano do corso de automóveis, ainda pelas batalhas de confete. O epicentro do pequeno carnaval estava na Praça XI, no bairro da Cidade Nova, onde próximo vivia Tia Ciata (Hilária Batista de Almeida), a mais celebrada entre as "tias baianas" afro-brasileiras (Figura 2) (GOMES, 2013;QUEIROZ, 1992;VELLOSO, 1990). A praça congregava as multidões mais pobres e racializadas, mas muitas entre as suas facções foram as protagonistas do surgimento de três inovações estético-organizacionais que deitaram raízes profundas na folia carnavalesca carioca: os cordões, os ranchos e as escolas de samba.…”
Section: O Popular No Anverso Da Irredutibilidade Valorativa Do Lugarunclassified
“…Incentivadas pelas afamadas "tias" (migrantes baianas, muitas das quais sacerdotisas do candomblé -ialorixás), posteriormente elevadas ao status de epígonas da tradição popular-nacional do samba carioca, as rodas musicais festivas foram, simultaneamente, o esteio do chamado "pequeno Carnaval", oposto ao "grande", que tomava a Avenida Central (depois, Rio Branco) com os préstitos das imensas alegorias das sociedades carnavalescas e pelo cortejo mundano do corso de automóveis, ainda pelas batalhas de confete. O epicentro do pequeno carnaval estava na Praça XI, no bairro da Cidade Nova, onde próximo vivia Tia Ciata (Hilária Batista de Almeida), a mais celebrada entre as "tias baianas" afro-brasileiras (Figura 2) (GOMES, 2013;QUEIROZ, 1992;VELLOSO, 1990). A praça congregava as multidões mais pobres e racializadas, mas muitas entre as suas facções foram as protagonistas do surgimento de três inovações estético-organizacionais que deitaram raízes profundas na folia carnavalesca carioca: os cordões, os ranchos e as escolas de samba.…”
Section: O Popular No Anverso Da Irredutibilidade Valorativa Do Lugarunclassified