Haydn, segundo Villa-Lobos: uma análise do 1º movimento do Quarteto de cordas nº 7 de Villa-Lobos

Abstract

Este estudo analisa o 1º movimento do Quarteto de Cordas nº 7 de Villa-Lobos e investiga possíveis referências aos quartetos de cordas compostos por Franz Haydn, como Villa-Lobos sugeriu a Arnaldo Estrella.

Por uma “sensibilidade latino-americana”: Heitor Villa-Lobos e a musicologia de Alejo Carpentier

“…A presença da perspectiva "impressionista" de Debussy pode ser notada, por exemplo, no Quarteto 3 de 1916. Como observa Salles (2012), "o caráter expressivo é bem variado, começando com forte alusão a Debussy no primeiro e segundo movimentos (onde um tema em tons inteiros tem destaque) (...)." 12 Em 1919, seria realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro um concerto em homenagem ao presidente Epitácio Pessoa que voltava de Paris, onde representava o Brasil na Conferência de Paz, na qual se aprovou o Tratado de Versalhes, demarcando os acordos pós-Primeira Guerra Mundial.…”

“…Sobre o argumento de Guérios para o qual Villa-Lobos teria "descoberto" o Brasil, enquanto referência para sua produção musical, em Paris, a partir de sua primeira visita a capital francesa em 1923 (GUÉRIOS, 2003), Lutero Rodrigues sustenta que pelo menos três outros autores já haviam proposto esse mesmo argumento presente no livro de Guérios publicado em 2003. Além disso, o autor destaca que outros intérpretes da vida e da obra do compositor brasileiro, tais como Bruno Kiefer, Manoel Aranha Correa do Lago e Paulo de Tarso Salles, já haviam relativizado essa linha interpretativa (KIEFER, 1981;LAGO, 2010;SALLES, 2012). Ao visitar essas referências, Lutero Rodrigues demonstra que a "descoberta do Brasil" realizada por Villa-Lobos em Paris "não é real".…”