“…É uma invenção narrativa que se divide em duas etapas: na primeira metade do século XX, com Jorge Amado, Dorival Caymmi e um pouco mais adiante com João Gilberto -construiu-se um ideal de terra ensolarada, sensual, com traços preguiçosos e forte presença da população negra valorizando suas raízes. A segunda etapa -já apropriada pelo potente poder de impregnação do neoliberalismo -acontece num mundo globalizado, conectado (Castro, 2010). Os governantes então constroem a imagem de uma baianidade carnavalesca, ativa, musical, desconectada das raízes, pois de natureza globalizada, e entregue a uma imagem que contribui para um crescimento econômico que atribui um certo imaginário (Nova & Fernandes, 2019) modo de existir do povo baiano, definido pelo saudoso Gey Espinheira (2001) como "modo de ser confusional".…”