“…Até porque o próprio termo carrega múltiplos significados que muitas vezes não são bem esclarecidos. Freitas (2010) elaborou uma exegese do conceito síncopa, mostrando suas várias aplicações ao longo da história da música tradicional ocidental. Uma de suas considerações relevantes está na atual distinção entre os termos "suspensão" e "síncopa", onde o primeiro se refere à "dissonância acentuada", "síncope apolínea, a síncope caucasiana, pensante, letrada, europeia, ocidental, tradicional, histórica e de formação cristã, é a erudita síncope do Velho Mundo"; enquanto o segundo se refere à "alteração de ordem rítmica", "a síncope dionisíaca, a síncope rebolada, negra, afro-miscigenada ou afro-latina, ocidentalizada, sincrética, oral, corporal e sem história -é a síncope de transe que encanta os corpos e as palmas das mãos que se confundem nesse nosso Novo Mundo, todo ele tão quente e sincopado.…”