Gestão de recursos humanos: teorias e práticas

Abstract

É um facto que perante as actuais transformações sócio-económicas as empresas têm alterado significativamente o modo como gerem os recursos humanos. Todavia, ainda persiste um profundo hiato entre um discurso de gestão muito centrado na valorização do factor humano e as práticas efectivamente desenvolvidas pelas empresas. Ao nível teórico e conceptual tem havido uma redobrada atenção quanto à importância do potencial criativo das pessoas como estratégia crucial de adaptação das empresas à mudança. Este factor surge como condição básica de sobrevivência das empresas face a um contexto altamente competitivo e profundamente incerto. A actual difusão de conceitos e teorias sobre capital intelectual, gestão do conhecimento, inteligência emocional são um exemplo claro desta redobrada importância atribuída ao elemento humano. Contudo o funcionamento do sistema económico e social é bastante mais complexo. Evidencia uma realidade multifacetada que nem sempre se enquadra nesta abordagem conceptual, nem corresponde efectivamente às políticas empresariais veiculadas. Em vez da tão generalizada valorização do potencial humano, verifica-se antes a emergência de práticas dualistas e uma segmentação dos recursos humanos no interior das empresas. Relativamente ao mercado de trabalho, apesar de frequentemente se defender uma progressiva desregulamentação, geralmente em nome de uma maior flexibilização económica e criação de emprego, o facto é que esta diversificação das relações contratuais, tem estado frequentemente associada uma crescente precarização das relações de trabalho e de emprego. A reflexão sobre estes múltiplos movimentos e contradições entre pressupostos teóricos e as práticas concretas desenvolvidas pelas empresas serão objecto da nossa análise.

Uma Adaptação do Modelo de Criação do Conhecimento de Nonaka e Takeuchi aplicado à Transferência da Função de RH para os demais departamentos

“…De acordo com a literatura (Santos, 2004), um dos desafios mais exigentes que as empresas têm é o de desenvolver as competências humanas internas, através de: promoção de recursos humanos qualificados; criação de ambientes que estimulem a autoaprendizagem; gestão adequada das pessoas; e do estímulo ao desenvolvimento de comunidades intelectuais. Todas estas atividades representam um grande volume de trabalho e também um escopo de atuação nem sempre possível de ser alcançado pelo Departamento de Recursos Humanos.…”

“…As empresas desenvolveram e aperfeiçoaram seus programas de treinamento, de cargos e salários e de qualidade de vida no trabalho. Segundo Santos (2004), frente à uma economia crescentemente globalizada, dinâmica e orientada ao cliente, as empresas precisam possuir uma maior flexibilidade e capacidade de inovação para se manterem competitivas, eis que a sociedade do conhecimento surge como valor econômico intangível, pois bens e serviços incorporam cada vez mais informações e conhecimento, fazendo com que as vantagens competitivas deixem de estar associadas a fatores tradicionais como matéria-prima, energia elétrica e água. A necessidade de evolução do desempenho das empresas e os estudos referentes ao comportamento dos funcionários em relação ao seu trabalho e à sua organização se tornam cada vez mais frequentes.…”

Criação do Conhecimento Organizacional Baseada nos Capacitadores de Von Krogh, Nonaka e Ichijo: Estudo de Caso

“…Nonaka e Takeuchi (1997) destacam que cabe às empresas criar o ambiente organizacional adequado à promoção do conhecimento, o chamado ba ou contexto capacitante. Santos (2004) aponta alguns desafios bastante exigentes que as empresas precisam responder para favorecerem o compartilhamento de conhecimento, como o desenvolvimento das competências humanas internas, a criação de ambientes que estimulem a aprendizagem, a gestão adequada de pessoas e o estímulo ao desenvolvimento de comunidades virtuais. A criação dessa ambiência favorável à troca, ampliação e disseminação do conhecimento e do aprendizado é referendada por Von Krogh et al (2001) e Choo (2006).…”

Preceptoria em enfermagem na atenção primária à saúde como instrumento de gestão

“…Para SANTOS (2004), os grupos de trabalho, neste caso como os formados entre enfermeiros e preceptores, favorecem a troca de experiências, a multiplicação da aprendizagem, e, como tal, seu desenvolvimento é um ato de gestão fundamental para a aprendizagem organizacional.…”