Livro, de José Luís Peixoto. Lisboa: Quetzal, 2010. 263 pp.

O deslocamento e a orfandade nas obras >i<Livro>/i<, de José Luís Peixoto, e >i<Os Malaquias>/i<, de Andrea Del Fuego

“…A fortuna crítica de Livro (2012a) é expressiva, ainda que sua publicação seja relativamente recente. Destacam-se o artigo da professora da Universidade de Bordeaux Montaigne, Silvia Amorim (2017), cujo escopo volta-se para as tendências literárias do século XXI, entre elas o desenvolvimento de uma literatura de caráter íntimo e a discussão sobre a noção de fronteira (entre países, gêneros literários, realidade e ficção); e a resenha de Carlos Nogueira (2012), da Universidade Nova de Lisboa, da qual sublinhamos a reflexão sobre a metaficção. Outros trabalhos acadêmicos também foram relevantes para nossa pesquisa, como a dissertação de Milena Figueirêdo Maia (2016), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, específica sobre Livro, e a tese de doutoramento de Martina Matozzi (2016), da Universidade de Coimbra, que contempla a representação da emigração na literatura portuguesa, com um capítulo dedicado a Livro.…”

“…A segunda parte pode ser chamada desconstrucionista, com narração em primeira pessoa; aliás, um narrador que questiona de modo irônico a primeira parte (e a segunda também), em termos de enredo, estilo, tempo e espaço. Segundo o pesquisador Carlos Nogueira, esse narrador se dirige a um narratário, para dizer-lhe que "tudo está em julgamento e em movimento: a sociedade, o pensamento e a própria literatura" (NOGUEIRA, 2012).…”