Talidomida e mieloma múltiplo: verificação dos efeitos terapêuticos através de parâmetros clínico e laboratoriais

Abstract

Nas duas últimas décadas, houve uma mudança radical na terapia e na evolução do mieloma múltiplo(MM), neoplasia hematológica ainda considerada fatal. As pesquisas e investimentos em medicamentos que interferem com a fisiopatogenia e com o microambiente medular estão permitindo o controle e a regressão do clone plasmocitário maligno, mudando as perspectivas da doença. A idéia nova de usar uma droga velha, a talidomida, tem-se mostrado efetiva no MM. Em 1997, apostando nos efeitos imunomoduladores e antiangiogênicos da talidomida, foram iniciados ensaios clínicos para MM refratários. A partir daí, outras ações sobre o plasmócito e microambiente medular foram eficazes contra a doença, não somente em refratários ou recaídos, mas também como terapia de indução e/ou de manutenção da remissão. No Serviço de Hematologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre foram acompanhados 35 portadores de mieloma múltiplo, em uso de doses baixas (100 mg) de talidomida, pelas indicações: 13-manutenção pós-TMO, 11-pós-indução, 5-recaída, 4-refratariedade e 2-terapia de indução. O estudo vigorou entre março/01 a dez/03. Os parâmetros avaliados foram: nível Hb, pico da imunoglobulina sérica ou urinária e o número de plasmócitos na medula óssea. As medidas foram tomadas pré-talidomida e após 3, 6 e 12 meses. A taxa de imunoglobulina foi o padrão ouro para avaliação de resposta. Os resultados: a dose terapêutica tolerada em 48% dos pacientes foi 100 mg; 65% dos tratados para induzir remissão (11 pacientes) apresentaram melhora entre 25%-50% no nível da imunoglobulina sérica; 87,5% daqueles que usaram para manutenção de remissão (13 pós-TMO/ 11 pós-indução) mantiveram o mesmo plateau inicial.

Multiple myeloma: a clinical case report

“…Several strategies can be applied to patients with multiple myeloma to minimize the disease's complications (MELO et al, 2005). Significant advances include the prevention and treatment of hypercalcemia and bone injuries, pain control, and, in some cases, a decrease in the incidence of pathological fractures (BITTENCOURT et al, 2004;ACQUAH et al, 2019). In the evolution of multiple myeloma, neoplastic lesions are initially restricted to bone and bone marrow, with late extramedullary involvement; this behavior reflects the natural history of B-cell neoplasia, with preliminary involvement of lymph nodes and bone marrow and subsequent dissemination to other organs and skin (SOUSA et al, 2019).…”

“…Multiple myeloma (MM) is a malignant disease characterized by spinal cord infiltration with plasmocytes derived from an anomalous clone, supported by prominent angiogenesis (SALEMA; DE CARVALHO, 2019;SOUSA et al, 2020), which is anchored in growthstimulating factors of the endothelium and fibroblasts, associated with the action of adhesion molecules, interleukins (IL), factors boosting the growth of granulocytes and monocytes and tumor necrosis factor-alpha (BITTENCOURT et al, 2004).…”

“…The estimated incidence of new cases of Multiple Myeloma in the United States is approximately 32,270 cases, corresponding to 1.8% of malignancies, with continued growth in both females and males (SIEGEL et al, 2020). Its prevalence is higher from the fifth decade of life, rarely occurring before 40 years of age, and men are slightly more affected than women being the black race twice as affected as white (BITTENCOURT et al, 2004).…”