Trypanosma cruzi, é o agente causador da doença de Chagas. Essa tripanosomíase tem se tornado um problema de saúde mundial devido a migrações de latinoamericanos à países não endêmico. Na América Latina com o sucesso da implementação do controle da infestação doméstica pelo vetor e de transfusões sanguíneas, a importância da transmissão congênita tem aumentado recentemente. Considerando a cuidadosa regulação do sistema imune durante a gestação, nosso objetivo foi investigar as mudanças causadas pela infecção por T.cruzi ao sistema imune na progressão da gestação. Foram utilizadas cepas G e Y de T cruzi para infectar fêmeas BALB/c antes ou depois do acasalamento com machos não infectados. A presença da rolha vaginal foi usada como indicativo de acasalamento. As fêmeas foram eutanasiadas 8 dias depois da confirmação da rolha vaginal. Foram usados três grupos controles, fêmeas apenas infectadas, apenas grávidas e nenhuma das situações. Dois grupos de fêmeas foram infectadas antes do acasalamento e dois grupos 4 dias após a confirmação da rolha vaginal. O útero e o baço foram coletados para análises de imunohistoquímica, qPCR, imunfluorescência e dosagem de citocinas. Nossos resultados mostraram que, apesar do padrão de marcação para MMPs ter sido semelhante entre os grupos, a cepa mais virulenta de T.cruzi pode impedir a progressão da gestação quando anterior ao acasalamento; a infecção aumentou de forma sistêmica citocinas como IFN-γ, IL-1β e IL-4; e os leucócitos no ambiente uterino se apresesntaram alterados, respondendo de forma local à alteração sistêmica causada pela infecção. Em conclusão, esse trabalho sugere que a infecção por T.cruzi pode prejudicar o desenvolvimento da gestação e a resposta local a uma infecção sistêmica foi capaz de controlar a infecção e permitir a progressão da gestação sob algumas dentre as condições analisadas.