Perfil microbiológico dos pacientes nos primeiros trinta dias pós transplante de medula óssea do Serviço de Transplantes da Santa Casa de São Paulo

Abstract

IntroduçãoO transplante de medula óssea é uma modalidade terapêutica que vem sendo cada vez mais usada no tratamento de doenças hematológicas malignas e não-malignas, tumores sólidos e doenças genéticas e metabólicas.As infecções bacterianas continuam sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade nos pacientes transplantados de medula óssea. O período de neutropenia, que compreende os primeiros trinta dias do tratamento, é o mais vulnerável em relação às infecções bacterianas. A melhora na cobertura antibiótica tem alterado a incidência e prevalência dos agentes bacterianos nas últimas décadas. O uso de culturas de vigilância é uma estratégia usada no sentido de identificar um agente capaz de ocasionar morbidade importante nesta fase do tratamento. Entretanto, sua utilização sistemática é criticada no sentido de sua baixa sensibilidade e especificidade. Os autores avaliaram as culturas de vigilância de 50 pacientes nos primeiros 30 dias de transplante do Serviço de Hematologia e Hemoterapia da Santa Casa de São Paulo. Os indivíduos do sexo masculino compreenderam 62% da amostra, sendo o transplante alogênico e de células tronco periférica 68% e 72% respectivamente. A faixa etária prevalente foi de 21 a 40 anos. A leucemia mielóide crônica foi a indicação mais freqüente de transplante. Os agentes Gram positivos foram isolados em 64% das culturas. O local de prevalência de culturas por bactérias Gram positivas ocorreu em pele, região nasal e de inserção de cateter e Gram negativos em região perianal. A avaliação retrospectiva não mostrou relação das culturas de vigilância com a alteração do esquema antibiótico ou à presença de hemoculturas positivas no período. Rev.bras.hematol.hemoter.,2002,24(2):91-96 Palavras-chave: Transplante de medula óssea, culturas de vigilância,infecção Infecção e a doença enxerto contra hospedeiro continuam sendo a principal causa de morbidade e mortalidade nestes pacientes. O período de neutropenia, que em geral compreende os primeiros 30 dias de internação, é o de maior vulnerabilidade à estas complicações (1).As infecções bacterianas predominam no

Infection profile of patients undergoing autologous bone marrow transplantation in a Brazilian institution

“…Nonetheless, a significant increase in the number of infections due to Gram-negative bacteria has been reported over the past few years. 1,7,12,[18][19][20][21] This may be accounted for by greater use of prophylactic antimicrobials, chiefly quinolones. 22 According to Laws et al, 19 Gram-negative bacterial infections are more severe and cause higher death rates, compared with Gram-positive bacterial infections.…”

“…1 In spite of lower infection rates with autologous bone marrow transplantation (BMT), in comparison with allogeneic BMT, infection is the second most frequent cause of death among patients undergoing autologous BMT, and is second only to disease relapse. 2,3 Patient who have undergone autologous BMT are at higher risk of infection during the neutropenia period, and for up to 30 days after bone marrow grafting.…”

Interações medicamentosas potenciais: um estudo dos antimicrobianos utilizados em pacientes submetidos a transplante de medula óssea

“…(25) . Deste modo, o aciclovir utilizado por todos os pacientes (100%) (Tabela 4) é o antiviral de primeira escolha para a profilaxia de infecções oportunistas (vírus do herpes simples e varicela-zoster) típicas da fase de condicionamento do TMO (56)(57)(58) .…”

Nutroterapia parenteral, crescimento de biofilmes e fatores associados à infecção do cateter venoso central

“…Dos swabs coletados da mão e da região auricular dos pacientes, observamos que houve uma concordância com a cultura semiquantitativa da ponta em aproximadamente 60% casos com culturas da pele positiva, sendo cocos gram positivo o micro-organismo mais prevalente. Anteriormente, outro estudo tinha evidenciado que a colonização da pele de pacientes contribuiu para aparecimento de infecção em pacientes submetidos a transplantes de medula (Naoum et al, 2002). Nesse estudo os locais mais associados à colonização foram: região anal, orofaringe, axila e região nasal (Naoum et al, 2002).…”

“…Anteriormente, outro estudo tinha evidenciado que a colonização da pele de pacientes contribuiu para aparecimento de infecção em pacientes submetidos a transplantes de medula (Naoum et al, 2002). Nesse estudo os locais mais associados à colonização foram: região anal, orofaringe, axila e região nasal (Naoum et al, 2002). Estudo com neonatos em uso de CVC obteve uma Outro fator de risco que está associado ao maior risco de infecção, é o local de implante do cateter venoso central, a literatura mostra que a veia femoral e a jugular, têm maior risco de infecção quando comparadas a escolha do acesso na veia subclávia (Polderman, Girbes, 2002;Almuneeff et al, 2006).…”