“…caráter econômico, cultural e social em qual o país se encontra, é condição sine qua non para estabelecer a relação e proporção direta entre o maior grau de desigualdade social e o aumento da violência doméstica contra as mulheres. Sistematicamente, o Brasil vem construindo um histórico ruim no ranking de iniquidades sociais, estabelecendo-se atualmente como o 9º país do mundo em desigualdade social (NISHI, 2010).Os graus de desigualdade no Brasil, originados juntamente à vinda dos portugueses, provocando o desenvolvimento de uma raça miscigenada e baseada em diversos princípios e valores, geraram e continuando gerando diversas consequências negativas às minorias(DE CARVALHO, 2021), tal como o direito de voto feminino, que só foi alcançado em 1933 após uma luta de 100 anos. As principais características que definem o caráter misógino da população são importantes para entender o porquê a violência contra as mulheres é comum em lares da população de alta vulnerabilidade social(GARBIN et al, 2006).Inicialmente, o ato de degradar e humilhar, tornando a mulher inferior à condição humana, quando comparada aos homens, vem se baseando na índole de dominação física e contexto social da observância necessária do gênero feminino estar presente sempre na casa(GARBIN et al, 2006), enquanto os homens, num relacionamento heteronormativo, deve prover em trabalho extra casa para a família.A consciência de gênero, bem como as lutas sociais engajadas pelo ensejo feminino e da Constituição Federal em não discriminar em qualquer diferença as condições sociais em que se encontram às pessoas, foi base para méritos das mulheres a seus direitos constitucionais e baseados na importância inviolável dos direitos humanos (PINTO, 2010).…”