“…Enquanto o núcleo central é formado pelos textos de Arthur Ramos, o núcleo complementar é 18 Aqui é uma referência direta à Liga Brasileira de Higiene Mental que, no Edital do primeiro volume de seus Archivos Brasileiros de Higiene Mental, em 1925, afirmava que sua missão era a disseminação das proposições e campanhas sobre a higiene mental serem difundidas entre a classe de trabalhadores e que, ao mesmo tempo, estes princípios se constituíssem como uma moral universal do amanhã. Entre as fontes primárias complementares, incluímos as teses apresentadas na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro: Sobre a monomania, de Geraldo Franco de Leão (1842), que, com a leitura de Esquirol se referia à monomania como um desajuste, uma desordem dos instintos e do comportamento; a primeira tese sobre alienação mental produzida no país (ODA, 2013), escrita por Antônio Luiz da Silva Peixoto (1837), que conceituava a alienação como "(...) uma moléstia de apirética 21 do cérebro, ordinariamente de longa duração, com perturbação contínua ou intermitente das faculdades intelectuais e afetivas, algumas vezes parcial, com ou sem lesão das sensações e dos movimentos voluntários, e sem desordens profundas e duráveis das funções orgânicas" (Peixoto, /2013; o mesmo acontece com a tese A histeria, de Antônio Martins Pinheiro, de 1848, que não somente apontava a hereditariedade como determinante para o adoecimento que acometia as mulheres, mas incluía entre as suas causas a leitura de romances que exaltavam a imaginação, a suscetibilidade nervosa e os afetos, como o amor, que desajustados alteravam a natureza, a moral e os costumes do indivíduo, posicionando a conduta em conflito com o que o médico chamava de boa educação física, higiênica e moral.…”