O objetivo desse trabalho foi investigar a transferência das 334 mulheres indigentes da seção Esquirol, ala do Hospício Nacional de Alienados, para a Colônia de Alienadas do Engenho de Dentro. A hipótese é a de que a criação da colônia foi a ratificação de uma política de tratamento que extrapolou o saber psiquiátrico e fez confluir temas e discursos diversos, tais como feminilidade, republicanismo, trabalho e pobreza. Na análise desse campo de diálogo espera-se compreender a participação do ideário psiquiátrico nas formulações que marcaram a compreensão acerca da mulher pobre durante a primeira república e inserir o aparecimento destas ideias no conjunto de instrumentos de regulação social que precisaram ser reconstruídos após a crise institucional do segundo reinado.