“…Em meio a uma contemporaneidade marcada pela preponderância dos adventos tecnológicos sobre a vida dos indivíduos, a constituição da autoimagem nos adolescentes pressupõe uma estrutura ideológica do meio em que o Eu, na ausência desta, encontra-se desnorteado para organizar-se, a partir de suas capacidades atuais, na experiência de estruturar uma identidade (ERIKSON, 1976). Assim, na atual sociedade ocidental, o adolescente se depara com a ausência de parâmetros e de ritos de passagem que, na Idade Média, configuravam o início da vida adulta; e sua identidade, que antes era definida de antemão pela família e sua cultura local, agora passa a ser responsabilidade individualizada deste (MATHEUS, 2008). Diante deste quadro, partindo da atual inserção tecnológica e do desamparo cultural, percebe-se que a busca pela identificação acaba desbocando no uso de redes sociais como referência subjetiva, visto que é neste meio virtual, também, onde há uma interação com diferentes grupos que se identificam, se redefinem ou auto afirmam sua autoimagem, possibilitando a esse indivíduo o gozo do potencial de inclusão e aceitação.…”