O trabalho de manutenção em uma prefeitura universitária: entre dificuldades e realizações

Abstract

As últimas décadas do século XX foram marcadas por intensas transformações nos setores produtivos nacional e internacional, entre as quais se destaca o processo de reestruturação produtiva. Este atingiu tanto o setor privado como o público. O objetivo desta pesquisa foi compreender de que forma essas mudanças afetaram uma universidade pública localizada no sul do País, mais especificamente sua prefeitura universitária, e quais sentidos lhe foram atribuídos pelos servidores técnico-administrativos ligados à área de manutenção. A técnica para coleta de informações foi o grupo focal. A análise de conteúdo aplicada ao material coletado possibilitou melhor compreensão do perfil dos entrevistados e dos sentidos que atribuíam aos seus trabalhos. Delinearam-se duas categorias: cotidiano/organização do trabalho e sentidos do trabalho. Foram encontradas diversas peculiaridades referentes ao serviço público e ao modo de gestão da prefeitura. Os sujeitos se perceberam privilegiados pela estabilidade que o serviço público lhes proporcionava e viam seu trabalho como fonte de realização pessoal e sustento financeiro. Contudo, demonstraram insatisfação com o não reconhecimento do seu trabalho pela comunidade acadêmica, por trabalharem em condições físicas e humanas caracterizadas como precárias, e também narraram sentimento de vergonha associado ao estigma de serem servidores.

Avaliação do Contexto de Trabalho em uma Instituição Federal de Ensino: Estudo com Servidores da Area de Gestão de Pessoas

“…Tal situação também é apontada por outros estudos realizados com TAES em diferentes contextos de trabalho nas IFEs (Coutinho, Diogo, Joaquim & Borges, 2011), e refletem as dificuldades orçamentárias impostas, nos últimos anos, a essas instituições e ao serviço público de forma geral, que se apresentam, muitas vezes, com infraestruturas precárias, colocando em risco todo o processo de trabalho e desestimulando não somente os usuários, mas também os profissionais (Medeiros, 2010).…”

“…Isso influencia substancialmente as relações, pois o trabalho é o resultado de um processo social de desenho, construção e compartilhamento de valores e as características sociais e institucionais das organizações podem ser entendidas a partir da relação entre as condições históricas, culturais, econômicas, políticas e sociais dentro de contextos e períodos específicos (Jackson, 2004). Estudos realizados com servidores TAES em outras IFEs apontam que o relacionamento desses profissionais dentro da própria categoria TAE ou, principalmente, com docentes e gestores, exerce papel fundamental na relação entre trabalho e saúde e pode se configurar tanto em fonte de prazer quanto de sofrimento (Coutinho et al, 2011;Faria et al, 2017;Ribeiro, 2012). Tal questão também foi constatada nesta pesquisa, conforme os relatos a seguir.…”

Pesquisa-intervenção participativa com trabalhadores da Unidade de Manutenção de uma universidade pública: precarização, memória e resistência

“…Nessa direção, ressalta-se o avanço do processo de terceirização dos serviços universitários considerados "auxiliares" -limpeza, vigilância, transporte, manutenção 10 -, que passam a ser realizados por empresas contratadas, e não mais por funcionários dos serviços públicos, e a crescente precarização do trabalho que caracteriza esse processo [11][12][13] . Das dimensões da precarização decorrente da terceirização, conforme apontam Franco, Druck e Seligmann-Silva 14 e Druck 5,6 , destacam-se as que se relacionam à fragmentação da classe trabalhadora (fragilização da organização coletiva) e à piora das condições de segurança e saúde -aspectos que dialogam com as situações de trabalho descritas.…”

Efeito Imediato Da Auriculoterapia Na Melhora Da Dor E Insônia Em Paciente Com Diagnóstico De Linfoma Não Hodgkin: Um Relato De Caso

“…Breast cancer remains the leading cause of cancer-related deaths in women aged 20 to 59 years old in the United States. In 2015, the American Cancer Society estimated that 231.840 women would be diagnosed and 40.290 patients would die25 .…”