Psicodiagnóstico e psicoterapia dimensões e paradoxos

Abstract

Este ensaio examina as relações entre psicodiagnóstico e psicoterapia, pressupondo que a prática da psicoterapia implica duas dimensões não coincidentes. Por um lado, é uma prática social reconhecida e regulamentada, uma dimensão pública. Por outro lado, é um certo tipo de relação entre pessoas, uma dimensão privada. O ensaio começa abordando a relação entre a prática do psicodiagnóstico e o debate teórico - sobre a doença mental e seu tratamento - que tem dominado o panorama da Psicologia e da psiquiatria no século XX. Em seguida, apresenta rapidamente a teoria dos tipos lógicos, assentando as bases das análises que se seguirão. Então, examina a prática psicodiagnóstica e psicoterápica em busca de problemas causados pela tensão entre as determinações impostas por aquelas duas dimensões. Finalmente, argumenta por um debate coletivo que permita a construção e o progressivo aperfeiçoamento dos parâmetros que devem balizar a prática do psicodiagnóstico e da psicoterapia.

Esperança e hospitalidade: a entrevista devolutiva em grupo no contexto da clínica-escola

“…Na Clínica-escola de uma universidade particular, de grande porte e localizada no sudeste do país, sentimos um pouco menos as limitações materiais, mas elas também se apresentam de alguma forma, seja em função do número significativo de alunos, seja na limitação de salas para atendimento, ou ainda nos critérios administrativos para a compra de testes psicológicos que não estão contemplados pelos planos de ensino, mas que demandam menos tempo para a conclusão do processo como um todo: administração e finalização da análise. ( , 1990( , 2005( citado por Viégas, 2015, referem-se, efetivamente, a uma dificuldade de escolarização. Notadamente, temos a política da progressão continuada que vista, inicialmente, como uma forma de corrigir a reprovação e evasão expressivas nas séries iniciais do Ensino Fundamental I, acaba por ser uma das protagonistas do fracasso escolar e perpetuadora da histórica presença "da ideologia do esforço pessoal, responsabilizando o aluno pelo seu fracasso escolar" (Barros, Silva, & Costa, 2015, p. 150).…”