Este artigo aborda a deficiência física com uma perspectiva que evita reduzir o tema às narrativas biomédicas. A deficiência, será analisada considerando suas intersecções com a categoria gênero, e o conceito chave para conduzir essa análise é o conceito de capacitismo. A categoria “capacitismo” é utilizada por Mello (2016) e tornou-se estratégica para definir o preconceito contra pessoas com deficiência, sendo o capacitismo um equivalente a termos como sexismo e racismo (Mozzi e Nuernber, 2017). Será debruçado no texto acerca do modelo social da deficiência, evidenciando que o capacitismo se sustenta em questões estruturais em nossa sociedade, de modo que esse tipo de desigualdade como todas as outras são configuradas em um espectro cultural. O capacitismo está amparado em uma cultura da eficiência e do desempenho, isto é, na figura do status de “homem produtivo”. Desconstruir a naturalização do capacitismo é um caminho para repensarmos o modo em que vivemos em uma lógica do trabalho salarial e refletir sobre a maneira que a sociedade capitalista tipifica os corpos “não produtivos”.