ResumoO presente estudo objetivou diagnosticar e analisar as ações de lazer das Organizações Não Governamentais ligadas ao Movimento LGBT de Belo Horizonte/MG. Assim, apresentamos como proposta metodológica a pesquisa documental combinada com a de campo, aplicando a imersão no campo e as entrevistas semiestruturadas como instrumentos de coleta de dados. Foram analisadas duas instituições, sendo entrevistados seis profi ssionais que atuam no âmbito do lazer. Os objetivos dessas ações variam, cabendo a elas desde o trabalho da autoestima até o empoderamento desse público visando a seu protagonismo social. Há uma multiplicidade de ações que envolvem os diversos conteúdos do lazer, das artes às atividades físicas. Assim, este trabalho traz algumas provocações que convidam a pensar o campo de atuação profi ssional em lazer em ONGs LGBT: o planejamento participativo das ações; a utilização e apropriação dos espaços públicos para o lazer; os investimentos no setor; e a conscientização do lazer como direito.PALAVRAS-CHAVE: Lazer; Atuação profi ssional; Organização não governamental; Movimento LGBT.Na atualidade, assistimos a uma crescente demanda direcionada ao Estado, que, ao não dar conta de atendê-la, transfere sua responsabilidade para o terceiro setor, subsidiando-o. A partir desse modelo de organização decorrem arranjos diversi cados que, na maioria dos casos, acabam também não resolvendo o problema da pobreza, da miséria e da exclusão. Nessa nova forma de gestão pública, as políticas sociais tendem a abarcar segmentos populacionais em situação de maior risco e vulnerabilidade social. A pobreza e a desigualdade con guram-se como questões de solidariedade social, formando a base de um sistema misto de proteção que concilia iniciativas do Estado e do terceiro setor. Promovem-se, assim, a re lantropização da questão social e a despolitização da política social 1 . Nesse contexto, buscamos compreender o lugar do lazer, direito social, nas iniciativas do terceiro setor. Para L 2 Nesse caminho de ampliação e reconfiguração dos direitos, o lazer é estabelecido pela Constituição de 1988 como um direito social, merecendo e se tornando obrigatoriamente um assunto a ser tratado pelo Estado por meio das políticas públicas. Esse marco lógico inaugura uma nova maneira de conceber o lazer que, mesmo estabelecendo uma relação direta com o trabalho, passa a ser reconhecido como uma riqueza cultural que deve ser garantida a todos os cidadãos como premissa de qualidade de vida (p.54-5 [...] desmontar esperanças em um ativismo estatal isolado da construção social de um ideário relativo ao lazer, processo que envolve uma definição de lazer e de políticas de lazer, dos princípios e diretrizes a orientar essa política,