Efeitos do alcoolismo e da desintoxicação alcoólica sobre o reparo e biomecânica óssea

Abstract

OBJETIVO: Avaliar os efeitos do consumo crônico de etanol e da desintoxicação alcoólica sobre a resistência mecânica do osso e neoformação óssea junto a implantes de hidroxiapatita densa (HAD) realizados em ratos. MÉTODOS: Foram utilizados 15 ratos divididos em três grupos, sendo controle (CT), alcoolista crônico (AC) e desintoxicado (DE). Após quatro semanas, foi realizada implantação de HAD na tíbia e produzida falha no osso parietal, em seguida o grupo AC continuaram a consumir etanol e o grupo DE iniciaram a desintoxicação. Ao completar 13 semanas os animais sofreram eutanásia, os ossos foram coletados para o processamento histomorfométrico e os fêmures encaminhados ao teste mecânico de resistência. RESULTADOS: Os animais do grupo AC apresentaram menores valores de neoformação óssea, de calcemia e resistência mecânica, quando comparado aos grupos CT e DE. Os animais dos grupos DE apresentaram valores superiores em todas as variáveis avaliadas em relação ao grupo AC. CONCLUSÃO: O consumo de etanol interferiu na osteogênese ao redor de implante de HAD, nos níveis de cálcio e na resistência mecânica óssea. A desintoxicação alcoólica se mostrou eficaz, pois aumentou à osteogênese e osseointegração da HAD, a calcemia e resistência mecânica óssea. Nivel de Evidência I, estudo terapeutico.

Effects of ethanol consumption and alcohol detoxification on the biomechanics and morphology the bone in rat femurs

“…The protocol used in the present study was satisfactory to cause bone alterations, and this it did not cause overdose or death of any animal. Previous studies about experimental alcoholism used ethanol concentration ranging between 10 and 30%, in time periods of four to twelve weeks (Horvath et al, 2010;Soares et al, 2010;Camilli et al, 2004). In bone tissue, as well as in other tissues, alcohol concentration is low, but the modifications occur as the exposure time is prolonged (Yttri et al, 2004).…”

“…Chronic ethanol consumption induces a bone mineral composition modification, making them more fragile and prone to fractures . Alcohol detoxification is efficient, because it enhances osteogenesis, osteointegration, calcemia and bone mechanical resistance (Horvath et al, 2010).…”

“…They were divided into three random groups (n=6): Control Group (CT): The animals received water ad libitum; Chronic Alcoholic Group (AC): These animals followed the model of chronic alcoholism determined "semivoluntary" where ethyl alcohol (99.9% -Merck  ) was diluted with water, this being the only liquid food available for the animals. The animals first underwent a brief period of gradual adaptation to alcohol, receiving a 0%, 5% and 10% ethyl alcohol based liquid diet for two weeks, and in the third week 15% ethyl alcohol, continuing with this diet until the fourteenth week, following the protocol proposed by Cagnon et al (1993) and Horvath et al (2010). Detoxification Group (DT):…”

“…Not only the ethanol damages bone structure, but also factors such as vitamin D deficiency and improper eating habits, characteristic of alcoholics, become causes of aggression to bone tissue (González-Reimers et al, 2011). Experimental studies demonstrated that the consumption of ethanol in different concentrations (5 to 20%) caused morphological alterations in trabecular bone, volume, repair and biomechanical alterations in bone tissue (Lima et al, 2011;Horvath et al, 2010;Soares et al, 2010). Preoperative guidelines involving surgical bone procedures, as orthopedics or orthodontic practice, discuss about the patient's need to eliminate or minimize alcoholic beverage consumption.…”

Iniciação Científica por Meio da Pesquisa Experimental In Vivo: Relato de Experiência Acadêmica

“…Estudos experimentais in vivo com a participação de alunos de graduação se destacam no meio científico, dentre eles a investigação sobre os efeitos do consumo crônico de etanol na biomecânica e no reparo ósseo (HORVATH et al, 2011;GARCIA et al, 2015), os efeitos do toque terapêutico na aceleração da cicatrização da pele (SOUZA et al, 2017) e os efeitos do própolis na cicatrização da pele (PAIXÃO et al, 2014).…”