2010
DOI: 10.1590/s1413-77042010000100007
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A representação do passado e a moral no século XV em Portugal

Abstract: O problema que conduz este texto é o da complexa articulação entre compromisso de memória e compromisso moralista na construção da verdade histórica pelos cronistas portugueses do final da Idade Média. São confrontadas passagens que mostram como não era controversa para os cronistas quatrocentistas a aproximação entre pretensão de fidelidade aos eventos e o comprometimento valorativo, pois esses dois traços funcionavam como arrimos de uma verdade construída sobre o acontecido, mas atenta ao que estava por acon… Show more

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“…A ideia de que a monarquia temporal era um reflexo imperfeito da hierarquia celestial, aparece no famoso tratado de Sebastião César Seguindo por essa lógica, é possível perceber que os discursos memoriais eram ordenados a partir de um princípio metafísico, que compreendia a ordem celestial e o próprio criador. Nas narrativas dos discursos, tal princípio era o fundamento de articulação e justificativa de duas instâncias: por um lado a memorialista, que se comprometia a manter presentes os feitos dos grandes homens, representados como marcos na ordem de criação, e por outro a moralista, que oferecia modelos de conduta e preceitos morais e religiosos para o público receptor (FRANÇA, 2010). Tal característica é o que diferencia os discursos memoriais de outros tipos de texto que, ainda que digam respeito à memória, possuem princípios ordenadores diferentes, como é o caso dos anais, capítulo de Corte, memoriais de requerimento, atas diplomáticas e tantos outros.…”
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“…A ideia de que a monarquia temporal era um reflexo imperfeito da hierarquia celestial, aparece no famoso tratado de Sebastião César Seguindo por essa lógica, é possível perceber que os discursos memoriais eram ordenados a partir de um princípio metafísico, que compreendia a ordem celestial e o próprio criador. Nas narrativas dos discursos, tal princípio era o fundamento de articulação e justificativa de duas instâncias: por um lado a memorialista, que se comprometia a manter presentes os feitos dos grandes homens, representados como marcos na ordem de criação, e por outro a moralista, que oferecia modelos de conduta e preceitos morais e religiosos para o público receptor (FRANÇA, 2010). Tal característica é o que diferencia os discursos memoriais de outros tipos de texto que, ainda que digam respeito à memória, possuem princípios ordenadores diferentes, como é o caso dos anais, capítulo de Corte, memoriais de requerimento, atas diplomáticas e tantos outros.…”
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“…Nesse sentido, por um lado, o louvor aos feitos e virtudes do homenageado exaltavam o passado, por outro, não deixavam de prescrever o presente, pois constituíam modelos exemplares de conduta (FERREI-RA, 2007). Ademais, pela expectativa de que os nobres agiriam de acordo com os exemplos narrados nos discursos, para que suas trajetórias também fossem dignas de memória, os discursos buscavam edificar o futuro (FRANÇA, 2010).…”
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“…He succeeded Soares dos Reis in 1901 as a teacher at the Oporto Fine Arts School and was the most talented and self-expressive sculptor after his predecessor. During a period dominated by a naturalism influenced by literary values, he developed sculptural themes of idealized sentimentality, discreet elegance and proven mastery; França, 1990: 215.…”
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