Recrutamento e seleção nas Forças Armadas (FA) são temas de estudo recorrentes na literatura nacional e internacional. Em se tratando de discussões em âmbito nacional, mais especificamente na Força Aérea Brasileira (FAB), diferentes investigações discutem o perfil do jovem que ingressa em suas fileiras e o processo de seleção, cujas conclusões apontam para um recrutamento baseado, muitas vezes, no assistencialismo (OLIVEIRA, 2011;JANOTI, 2016;RODEGHERI, 2019), implicando numa FA cujas graduações mais baixas, muitas vezes, não detém competências mínimas requeridas para o desempenho das atividades fins das FA. Nesse sentido, o foco da FAB volta-se ao treinamento, cujos recursos são direcionados àqueles indivíduos capazes de desenvolver competências de interesse da Organização. No entanto, selecionar adequadamente implica numa disputa do capital humano com outras organizações da sociedade civil. A captação de pessoas, baseada no ingresso voluntário, diferentemente do recrutamento forçado, pode ser entendida como a profissionalização de uma FA. Por meio dessa forma de ingresso se espera atrair mão de obra com potencial suficiente para ofertar segurança ao Estado. Dessa maneira, faz-se necessário compreender as particularidades da profissionalização militar como elemento chave no processo de seleção, a fim de que sejam recrutados militares com as características exigidas para o serviço das armas. Portanto, este artigo objetivou refletir sobre a relação entre o atual modelo de recrutamento na FAB, a seleção e a profissionalização militar. Da reflexão empreendida concluiu-se que a utilização de ferramentas de gestão de pessoas, como a GPC, pode proporcionar internamente à organização meios para capacitar e selecionar profissionais com qualificação e valores que se alinhem aos almejados pela Instituição.