O combate às perdas em um sistema de abastecimento de água é um desafio constante que as empresas de saneamento brasileiras enfrentam com grande dificuldade. Estimativas atuais conferem que 39% de toda a água tratada no país é desperdiçada, seja em perdas reais, como vazamentos, ou em perdas aparentes, ocasionadas principalmente por erros de medição. Objetivou-se neste trabalho, a análise do erro no volume das perdas aparentes nos hidrômetros, com enfoque no seu tempo de uso, localizados no Conjunto Habitacional Tenente Coelho II e III em Juazeiro do Norte – CE. Como metodologia, foi empregada a substituição, em março de 2021, de 619 hidrômetros existentes nos conjuntos habitacionais, todos com mais de sete anos de uso, por hidrômetros novos de mesma classe hidrométrica. Para um quantitativo amostral de 21 moradias, foram instalados hidrômetros em série, de modo a identificar o erro relativo entre o medidor velho, considerando medidas de 2020, com o medidor instalado em 2021. Os resultados obtidos demonstraram que o volume medido com o parque de hidrômetros novos foi inferior à demanda medida pelo parque de hidrômetros antigos. Já no grupo amostral de layout em série, o ganho volumétrico total ficou abaixo dos percentuais elencados na literatura. Esses resultados indicaram que, a ação da substituição em massa de uma determinada localidade, por medidores de mesma classe hidrométrica, deve contemplar outros fatores além da idade do parque de hidrômetros, tais como: abastecimento das residências ser de forma indireta; levantamento do perfil de consumo da população em estudo e; cálculo amostral do Índice de Desempenho de Medição – IDM. Evitando-se assim, ações que não trarão reduções das perdas aparentes e desviando possíveis esforços da companhia em ações mais interessantes para o sistema.