Caminhos da liberdade: os significados da educação dos escravizados

Abstract

RESUMO O objetivo deste trabalho é discutir os significados da educação de escravizados no século XIX. Muitos estudos no âmbito da historiografia da educação sinalizam para a importância de ações diversas em torno da escolarização de libertos, ingênuos e escravizados. O trabalho procura mapear a produção acadêmica existente acerca da temática e indicar a existência de muitos caminhos e possibilidades envolvendo esse objeto de investigação. O presente trabalho analisa fontes variadas, tais como periódicos, escritas autobiográficas, filmes, na busca por uma compreensão dos caminhos construídos pelos sujeitos escravizados. A educação é compreendida como uma brecha para a conquista da mobilidade e ascensão social em tempos de escravidão. A educação foi parte do movimento de resistência dos escravizados e representou para muitos um caminho para a conquista da liberdade.

Experiências associativas de docentes e trabalhadores no Recife: 1872-1915

“…Para nós, é incontornável a relação do associativismo mutualista, principalmente do associativismo negro com as propostas e ações voltadas à educação. A educação foi -e écompreendida como possibilidade de ascensão social e conquista de mobilidade pela população de cor no Brasil (e no mundo ocidental), tanto no Império, quanto na Primeira República, direcionando-a (possivelmente) às práticas de liberdade e ampliação de direitos de cidadania (SILVA, 2000;SILVA, 2018).…”

Onde está Maria Beatriz Nascimento na história da Educação? Algumas reflexões sobre apagamentos e direito à memória

“…A luta pelo acesso à educação sempre esteve na centralidade para a população negra, desde sua condição de escravizada(o) (SILVA, 2018). A partir das autobiografias, escritas de si, pesquisas documentais, foi possível demonstrar "(...) os esforços dos próprios sujeitos, escravizados e libertos, na luta pela educação (...)" (p.…”

Ler, escrever e contar entre mulheres escravizadas

“…Para o caso das mulheres, as chamadas 'escravas da casa' e as 'escravas de ganho', aquelas que circulavam nos espaços urbanos com certa liberdade maior estão entre as que tinham mais probabilidade de aprender a ler e a escrever. Não sendo uma 1 Ver, dentre outros, Barbosa (2009Barbosa ( , 2017, Barros (2016), Bastos (2016), Bergamini (2017), Fonseca (2002aFonseca ( , 2002b, Luz (2013), Morais (2007), Moysés (1994), Oliveira (2005), Peres (2020), Silva (2018Silva ( , 2019, Viana e Gomes (2020), Wissenbach (2002).…”