Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa sobre o destino profissional de egressos do curso noturno de licenciatura em Ciências Biológicas de uma universidade pública brasileira. O objetivo principal desta investigação acadêmica foi constatar para onde foram os egressos do referido curso, ao concluírem a graduação, e por qual motivo ingressaram, ou não, na docência. A pesquisa tem caráter quanti-qualitativo. Os dados foram produzidos por meio da aplicação de questionário virtual a licenciados que concluíram o curso de graduação entre 2007 e 2017. Os resultados revelaram um alto percentual de evasão do magistério – cerca de 62% dos egressos não exerciam a profissão para a qual foram habilitados, e boa parte daqueles que permaneceram na docência o fizeram devido ao que a docência representa, para eles, em sua essência e não à maneira como ela acontece no cotidiano. Uma das principais conclusões deste estudo é que a “fuga” do magistério da educação básica e o êxodo dos professores para outros campos de atuação estão intimamente relacionados aos baixos salários oferecidos, às condições aviltantes de trabalho às quais os professores são submetidos e à discordância entre o que se idealiza e o que se aprende na universidade e o cotidiano do trabalho nas escolas de educação básica.