ResumoAs cerâmicas celulares são materiais frágeis de elevada porosidade e área superficial. O grande interesse por esta classe de materiais está relacionado às suas propriedades específicas e a sua permeabilidade com substâncias líquidas e gasosas. O objetivo principal deste trabalho foi desenvolver um suporte cerâmico poroso a partir de resíduo da terra diatomácea e ignimbrita pelo método de réplica a fim de atenuar os poluentes emitidos pela queima de tijolos e telhas provenientes da indústria da cerâmica vermelha. Para a fabricação do suporte cerâmico foram preparadas espumas cerâmicas pelo método da réplica. Para sua obtenção foi usado resíduo da terra diatomácea coletado em uma indústria cervejeira, ignimbrita (rocha vulcânica) e, como aglomerante, bentonita de Boa Vista (PB). Foram preparadas quatro formulações com duas variáveis, tamanho de grão e composição. Para analisar a estrutura morfológica do suporte cerâmico foram realizados ensaios de absorção de água, massa específica aparente, porosidade e microscopia eletrônica de varredura. Após a aplicação do suporte cerâmico em uma indústria cerâmica, observou-se uma redução de material particulado cujos valores ficaram dentro dos padrões estabelecidos pela Resolução n° 382/2006 do CONAMA. Palavras-chave: espumas cerâmicas, poluição do ar.
Abstract
INTRODUÇÃONos últimos anos, diversas técnicas de preparação de cerâmicas porosas estão sendo pesquisadas, buscando a obtenção de materiais com geometria complexa, microestrutura projetada e sem a necessidade da etapa de usinagem (redução de custos) [1]. Cerâmicas apresentam boa estabilidade dimensional, são resistentes ao desgaste e à compressão e estáveis em ambientes ácidos [2]. As cerâmicas porosas pertencem à classe de materiais caracterizados por uma rede tridimensional de poros dispostos de forma regular e interconectados entre si através de canais [3].Existem vários métodos e técnicas de processamento para a fabricação de cerâmicas celulares que permitem ajustar a porosidade, a distribuição, o tamanho e a morfologia dos poros, entre as quais podem ser citadas: queima de partículas orgânicas, gel casting, direct foaming, réplica, etc. [1]. Entre todos esses processos de fabricação, o método da réplica tem sido o de maior utilização. Este método foi patenteado em 1963 por Scwartzwalder e Somers; desde então, a réplica de esponjas poliméricas passou a ser o método mais popular na produção de cerâmica porosa e hoje é amplamente utilizada na indústria cerâmica para fabricação de filtros cerâmicos, na filtração de metais fundidos e gases a altas temperaturas.