Este estudo objetiva verificar, por meio de revisão teórica, quais são as relações possíveis entre leitura em L2 e funções executivas, debatendo as implicações entre ambos os construtos. A leitura é um ato cognitivo complexo, que compreende níveis de processamento mais altos e mais baixos, bem como ativação de conhecimentos prévios e negociações de sentido. Na leitura em L2, ativam-se ambas as línguas, e, para realizar a ação, necessita-se inibir uma delas, bem como manipular e armazenar temporariamente as informações que chegam. Isso se dá para que as adaptações linguísticas ocorram e a compreensão seja alcançada. Percebe-se, aí, portanto, o papel das funções executivas, uma vez que os seus três principais componentes - Memória de Trabalho, Controle Inibitório e Flexibilidade Cognitiva - auxiliam na tarefa leitora, manipulando, inibindo e adaptando as informações recebidas. Contribuem para esta discussão os trabalhos de Bialystok, Craik e Luk (2012), Diamond (2013), Dijkstra e Van Heuven (2002) e Alves Oliveira e Tomitch (2021).