2012
DOI: 10.1590/s0104-93132012000300006
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A voz dos bandos: colectivos de justiça e ritos da palavra portuguesa em Timor-Leste colonial

Abstract: IntroduçãoEste ensaio explora as relações entre o discurso da justiça e a prática do ritual no governo colonial português em Timor Leste, entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX. O objecto de análise é uma instituição singular do governo colonial neste pequeno território, onde os portugueses se encontravam estabelecidos desde longa data.1 Refiro-me ao complexo designado por bandos, as ordens e as instruções de comando emanadas pelo governador português em Díli para as populaçõe… Show more

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“…Além de instaurar proibições relativas a relações entre seres humanos e meio ambiente, seres humanos e instituições públicas e entre seres humanos e seres humanos, o tara bandu também pode instituir punições àqueles que desobedecerem às ordens prescritas. A despeito de sua origem colonial, como bem demonstra Roque (2012), o tara bandu tem sido considerado como eminentemente local pelos vários atores envolvidos em sua confi guração e manejo contemporâneos.…”
Section: Usos Contemporâneos Do Tara Banduunclassified
“…Além de instaurar proibições relativas a relações entre seres humanos e meio ambiente, seres humanos e instituições públicas e entre seres humanos e seres humanos, o tara bandu também pode instituir punições àqueles que desobedecerem às ordens prescritas. A despeito de sua origem colonial, como bem demonstra Roque (2012), o tara bandu tem sido considerado como eminentemente local pelos vários atores envolvidos em sua confi guração e manejo contemporâneos.…”
Section: Usos Contemporâneos Do Tara Banduunclassified
“…Embora os complexos locais de governança sejam, em parte, produto de apropriações e subversões de tecnologias de governo coloniais e pós coloniais (McWilliam, 2008;Cummins, 2010;Roque, 2012), eles são con siderados, muitas vezes, como genuinamente autóctones pelas populações nativas. A presumida autoctonia dos mesmos é a principal variável que levo em conta para considerá los locais e opto por denominá los locais em vez de costumeiros para distanciar me de perspectivas analíticas que não dão a devida atenção ao fato de que o domínio do costume tem sido edificado e negociado a partir de encontros entre diferentes agentes e agências de governo ao longo do tempo.…”
Section: Kelly Silvaunclassified
“…Para o caso do Timor Português, os trabalhos de Roque têm demons trado o quanto a construção do governo colonial, sobretudo entre os finais do século xix e início do século xx, se ancorou, relativamente, nas divisões políticas preexistentes (Roque, 2010b(Roque, , 2012 4 e no conhecimento e manejo dos ditos usos e costumes locais, de modo que partes ou a totalidade de certas tecnologias coloniais de governo procuravam espelhar, ao menos enquanto projeto, as práticas indígenas de governança (Roque, 2011). A administração da justiça por parte dos oficiais do Estado, por exemplo, era realizada mediante a incorporação e imitação do que eram consideradas a lei timorense e sua liturgia de administração, conforme suas configurações nos diferentes reinos.…”
Section: Kelly Silvaunclassified
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