Inimigos fiéis: história, guerra e xamanismo na Amazônia

Territorial Conflicts and Soybeans: Kanhgág Politics and Their Struggle for Land Rights in Southern Brazil

“…To return to the argument of this section, such whites can be understood as 'domesticated' (Fausto, 2001), while their integration into kanhgág society also follows the 'symbolic economy of alterity' (Viveiros de Castro, 2002) in which the 'other' is vital for the social reproduction of the indigenous group. Such analysis allows for a deeper understanding of kanhgág people's desire for goods like the large pickup trucks used by big farmers and for the growing of soy itself.…”

“…Here too, Fausto's (2001) description of moves to ‘domesticate’ outsiders is also relevant. The author stresses how Amerindian sociocosmologic systems often emphasise the appropriation of external capacities, systems of accumulation and the internal transmission of capacities and symbolic richness in the production of persons.…”

Sangue de menina-velha: adoção e menstruação entre os Korubo

“…As estratégias que os Korubo utilizaram para coabitarem comigo convergem no que alguns etnólogos chamam de "familiarização". Originalmente formulada para descrever caça, guerra e xamanismo (o xerimbabo alimentado e criado, o espírito capturado, o cativo adotado), a familiarização se estendeu para a análise dos processos de criação e alimentação que geram e sustentam laços de proximidade, semelhança, e, em alguns casos, parentesco (ERIKSON, 1987;FAUSTO, 2001;2008;COSTA, 2017;COSTA, 2022). A familiarização é amplamente difundida na Amazônia e, no caso dos Korubo, parece ter um escopo limitado à criação de xerimbabos e de crianças, conforme mencionei.…”

Das misturas de palavras e histórias

“…Estas conexões geram outros signos que passam compor os agenciamentos entre homens e mulheres no âmbito do casamento, também das demais relações cotidianas. É nessa intersecção que propomos o diálogo com a proposta mencionada, visando compreender e pensar a rentabilidade de sim, alargar as possibilidades etnográficas para pensar as relações de consumo produtivo vinculados aos poderes criativos e transformativos, porém desde domínios de ações femininos, empreendidos na mesma lógica de captura simbólica por agenciamentos (Mccallum, 2002).…”