Ensaio recebido em 5 de maio de 2014, versão final aceita em 19 de fevereiro de 2015.
RESUMO:Este ensaio objetiva esboçar uma forma vivencial de compreender a organização a partir de uma perspectiva incorporada, que privilegie a análise das práticas organizacionais situadas no ambiente. Tomamos a perspectiva do habitar a fim de enriquecer a compreensão do mundo da vida, no qual a percepção ocorre, para esclarecer como o conhecimento emerge das práticas situadas do viver. Este artigo propõe uma abordagem que descreve as práticas do viver com base no entrelaçamento com o mundo da vida, como um processo corporificado (embodied) e situado no ambiente. O trabalho apresenta novas possibilidades de pesquisa sobre a relação entre pessoas e organizações, uma vez que a perspectiva do habitar possibilita a compreensão de que a organização não é apenas um espaço habitado, mas é um espaço de vida. A contribuição se dirige a preencher duas lacunas identificadas nos estudos sobre as práticas nos Estudos Organizacionais: (1) o esforço de resgatar o potencial crítico das práticas em relação aos conceitos positivistas e racionalistas impostos aos estudos organizacionais, e (2) a necessidade de promover uma articulação mais clara do entrelaçamento com o mundo da vida, que é crucial para a análise da prática situada no ambiente.Palavras-chave: ambiente; práticas; perspectiva do habitar; mundo da vida; entrelaçamento.
ABSTRACT:The purpose of this essay is to outline an experiential way of understanding the organization, from a embodied perspective, that privileges the analyses of organizational practices situated in the environment. We take the dwelling perspective in order to enrich the comprehension of the life-world where the perception takes place and to clarify how knowledge emerges from situated living practices. This paper proposes an approach that describes living practices based on the entwinement with the life-world, such as an embodied process situated in the environment. The paper presents new possibilities of research about the relation between individuals and organizations, as the dwelling perspective enables the comprehension that the organization is not only inhabited, but is a living space. The goal is to fill gaps identified in the two studies on practices in Organizational Studies: (1) the effort to rescue the critical potential of practices in relation to positivist and rationalist concepts