Um estimulante encontro com Michel de Certeau: o feminismo tático de Bertha Lutz

Catharina Moura e o feminismo na Parahyba do Norte

“…Certeau (1994, p. 100) sugere que as táticas são ações calculadas por aquele que "não tem por lugar senão o do outro e por isso deve jogar com o terreno que lhe é imposto, tal como o organiza a lei de uma força estranha". Logo, embora existam críticas à atuação do movimento sufragista, associando-o a um "feminismo bemcomportado, católico, elegante, 'feminino'" (MACEDO, 2003, p.100), reduzindo, dessa forma, a luta e direitos conquistados a uma concessão, quando assim interessou à classe dominante (ALVES, 1980), os autores de "Catharina Moura e o feminismo na Parahyba do Norte" subscrevem a posição de Costa (2006) quando afirmam que os atos políticos do sufragismo não podem ser considerados domesticados, ainda que bem comportados.…”

\"A que mulher você se refere?\": transformações e permanências do conceito \"mulher\" na política brasileira

“…Na Inglaterra e nos Estados Unidos, o movimento pelo sufrágio feminino foi considerado radical, envolvendo a participação de inúmeras trabalhadoras fabris. Já no Brasil, a literatura sobre o sufrágio feminino tende a considerar a mesma reivindicação como produto de um "feminismo tático" (Costa, 2006) ou ainda de um "feminismo bem comportado" (Pinto, 2003). Por ter sido composto principalmente por mulheres da elite, o sufragismo no Brasil é frequentemente colocado em oposição ao "movimento de massas" presenciado nos Estados Unidos e na Inglaterra (Alves;Pitanguy, 1985).…”