2021
DOI: 10.1590/s0104-71832021000200009
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Café-com-leite, piques e gigantes: brincando no acampamento Canaã (MST - DF)

Abstract: Resumo Este artigo busca compreender as brincadeiras em sua endogenia (Mafeje, 1971, 1991). A partir das brincadeiras de queimada, do pique-esconde, do dominó com crianças que participam de ocupações do acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, busco levar a sério os significados conceituais de café-com-leite, guardar caixão e licença. Argumento que a maneira de pensar as brincadeiras pode mudar perspectivas da disciplina antropológica. O artigo foi desenvolvido a partir de uma etnografia no acampa… Show more

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“…Pelo menos desde Malinowski, esse recurso está disponível ao ofício do etnógrafo, que nunca presenciou todas as etapas de construção de uma canoa kula, embora em sua monografia sobre os habitantes das Ilhas Trobriand nos sugira que o tenha feito. No entanto, o recurso de fabulação como experimentado aqui é inspirado também na metodologia de brincadeira de Belisário (2021), esse fruto do encontro etnográfico entre o antropólogo e os sem-terrinha, que desestabilizam os conceitos pré-definidos do primeiro acerca de ser adulto e ser criança e que os inspira a implodir a cisão entre ser sério e ser faz-de-conta na etnografia; e na ficção etnográfica de Cruz (2017), que elegeu uma personagem e relatos coletados em campo com mulheres brasileiras, moçambicanas e angolana e os reúne em uma única história passada em Maputo e Brasília, composta também por suas experiências pessoais. Em ambos os casos, trata-se também de um experimento narrativo que visa borrar a fronteira entre sujeito e objeto, ao mesmo tempo que uma estratégia narrativa para manter certa reserva à intimidade das pessoas envolvidas.…”
Section: Etnografia Na Pandemia?unclassified
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“…Pelo menos desde Malinowski, esse recurso está disponível ao ofício do etnógrafo, que nunca presenciou todas as etapas de construção de uma canoa kula, embora em sua monografia sobre os habitantes das Ilhas Trobriand nos sugira que o tenha feito. No entanto, o recurso de fabulação como experimentado aqui é inspirado também na metodologia de brincadeira de Belisário (2021), esse fruto do encontro etnográfico entre o antropólogo e os sem-terrinha, que desestabilizam os conceitos pré-definidos do primeiro acerca de ser adulto e ser criança e que os inspira a implodir a cisão entre ser sério e ser faz-de-conta na etnografia; e na ficção etnográfica de Cruz (2017), que elegeu uma personagem e relatos coletados em campo com mulheres brasileiras, moçambicanas e angolana e os reúne em uma única história passada em Maputo e Brasília, composta também por suas experiências pessoais. Em ambos os casos, trata-se também de um experimento narrativo que visa borrar a fronteira entre sujeito e objeto, ao mesmo tempo que uma estratégia narrativa para manter certa reserva à intimidade das pessoas envolvidas.…”
Section: Etnografia Na Pandemia?unclassified
“…A motivação é múltipla: se, por um lado, busca tornar inteligível à leitora uma pesquisa realizada com as limitações técnicas impostas pela pandemia, por outro, busca reforçar a defesa de que a etnografia prescinde da definição de um objeto de pesquisa estável e, por fim, busca também, considerando a atual conjuntura política brasileira, preservar as pessoas envolvidas na pesquisa. Não menos importante, busca, como o fazem as experiências de Belisário (2021) e Cruz (2017) supracitadas, mimetizar na experiência da escrita algo semelhante que meus companheiros de pesquisa fazem: cuidar e viver bem, tornar-se legíveis ao Estado, driblando a precariedade do acesso à saúde. Tentarei torná-los inteligíveis às antropólogas, driblando a precariedade como categoria totalizante de suas vidas.…”
Section: Etnografia Na Pandemia?unclassified