2009
DOI: 10.1590/s0104-71832009000200007
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A entrevista, a pesquisa e o íntimo, ou por que censurar seu diário de campo?

Abstract: O diário é constitutivo do ofício do etnógrafo, mas não é nada mais do que um conjunto disseminado de notas heterogêneas. Sua publicação, respeitando uma classificação cronológica, cria a ficção romanesca de um narrador-etnógrafo. Censurar a publicação permite não censurar a escrita. Os materiais censurados não são da ordem do íntimo, mas da ordem do não (ainda) inteligível.
The field diary is part of the ethnographer's job. It is merely a set of sparse heterogeneous notes. Its publication, respecting a chr…
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“…De acordo com Weber (2009) o diário de campo é uma ferramenta importante para a autoanálise do(a) pesquisador(a), não sendo um texto completo, mas um material de análise da pesquisa, podendo haver partes que não serão mencionadas em publicações científicas, mas que devem ser consideradas durante a análise dos dados. Os diários compreendem registros não somente de procedimentos técnicos, mas também conversas que "acontecem em filas de ônibus, no balcão da padaria, nos corredores das universidades; outras são mediadas por jornais, revistas, rádio e televisão" (Spink, 2003, p. 29).…”
Section: O Campo-tema E Os Afetos Que Perpassam a Pesquisaunclassified
“…De acordo com Weber (2009) o diário de campo é uma ferramenta importante para a autoanálise do(a) pesquisador(a), não sendo um texto completo, mas um material de análise da pesquisa, podendo haver partes que não serão mencionadas em publicações científicas, mas que devem ser consideradas durante a análise dos dados. Os diários compreendem registros não somente de procedimentos técnicos, mas também conversas que "acontecem em filas de ônibus, no balcão da padaria, nos corredores das universidades; outras são mediadas por jornais, revistas, rádio e televisão" (Spink, 2003, p. 29).…”
Section: O Campo-tema E Os Afetos Que Perpassam a Pesquisaunclassified
“…Para isso deve ser usado diariamente: para garantir o maior detalhamento possível de todas as situações ocorridas em dado momento (Lima, Mioto, & Dal Prá, 2007). Assim, o diário de campo, além de conter as descrições e percepções dos fenômenos, é um instrumento que permite ao pesquisador analisar e compreender as interações ocorridas entre os sujeitos observados e os pesquisadores observadores (Weber, 2009), todos participantes (ainda que em funções distintas) das atividades proporcionadas no local, para a produção do conhecimento. Esse comportamento de pouca convivência, e até mesmo hostil, entre muitos idosos institucionalizados pode ser explicado por uma série de questões referentes às dificuldades do idoso de se adaptar à rotina e normas da instituição, à falta de privacidade, ao distanciamento em relação à sociedade e aos entes queridos (quando existiam) e ao compartilharem de um espaço com outras pessoas desconhecidas (Silva, et al, 2006).…”
Section: Introductionunclassified
“…Sobretudo, no centro desse debate, estão configuradas as possibilidades de objetivação da realidade partilhada entre o pesquisador e os sujeitos pesquisados, seja na prática descritiva de relatórios, seja na elaboração textual analítico-interpretativa dos fenômenos pesquisados (Weber, 2009). Nesse contexto, permanece um registro reconhecido amplamente entre os antropólogos: de que a interpretação e a crítica dos procedimentos de codificação e decodificação que os "nativos" elaboram sobre os propósitos e os cursos de suas ações devem ser consideradas e depuradas desde os processos de interação estabelecidos pelos mesmos (Magnani, 2009;Coleman, 2002;Fabian, 2006;Sperber, 1992).…”
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