A biopolítica na genealogia da psicanálise: da salvação à cura

Birman, Joël

doi:10.1590/s0104-59702007000200008

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“…Se o vitalismo foi uma condição de possibilidade para o surgimento da biologia (JACOB, 1983), foi do seu expurgo que ela se constituiu como ciência. As ciências da mente e a psicanálise estabeleceram-se na sobra, em algo que não entrou na formalização da estrutura orgânica (BIRMAN, 2007). As ciências humanas produziram um homem em uma divisão ainda não equacionada.…”

Section: Normatividade Vitalunclassified

Canguilhem e o caráter filosófico das ciências da vida

Czeresnia

2010

Physis

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Este artigo aborda a importância do pensamento de Canguilhem para transformações nas ciências da vida e também da relação entre ciência e filosofia. Afirma que o conceito de normatividade vital, ao propor valor como uma característica essencial da vida, aponta um problema fundamental do conhecimento biológico. Este conceito é central no pensamento de Canguilhem e acompanha toda a sua obra, como confirma a Conferência sobre Cérebro e Pensamento, realizada em 1980. Sua atualidade é atestada na discussão de questões em aberto nas neurociências e na definição de vida. Não há uma definição de vida que seja curta, universal e igualmente aceita como definição padrão entre as ciências. A definição de vida como posição inconsciente de valor não se coaduna com a perspectiva quantitativa das ciências da natureza. O que poderia ser valor como definição do que é vida? Constituintes metabólicos poderiam apresentar uma dimensão que se considera inaugurada pela vida humana? Para equacionar essas interrogações, seriam necessárias mudanças na concepção do que é o homem e da sua relação com o conhecimento. Finalmente, é apresentada a afinidade entre o conceito de normatividade vital e o de vontade de poder, de Nietzsche. O conceito de normatividade vital encontra o de vontade de poder como uma potência que realiza a própria vida orgânica. Considerar que valor é anterior ao homem é afirmar a realidade biológica do pensamento, da qual o humano é um desdobramento que realiza o sentido da própria experiência vital.

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Section: Normatividade Vitalunclassified

Canguilhem e o caráter filosófico das ciências da vida

Czeresnia

2010

Physis

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“…Aquém de um padrão de normalidade, que era possível apenas com a medicina quantitativa e ainda inexistente, o reconhecimento da obesidade residia na capacidade do médico de identificar o natural e o não natural. 7 Com o surgimento da racionalidade científica, saber e poder tornaram-se entrelaçados, pois saber implicava a detenção de poder sobre os homens, 8 investindo na quantificação como meio para o desenvolvimento da noção de saúde ancorada na normalidade. 9 Assim, os enunciados de Flemyng (1760, apud.…”

Section: Introductionunclassified

Eu Tenho Um Corpo Gordo, E Agora? Relatos De Mulheres Obesas Que Participaram De Uma Intervenção Não Prescritiva, Multidisciplinar E Baseada Na Abordagem “Health at Every Size®”

Ulian

Gualano²,

Benatti³

et al. 2016

DEMETRA

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Eu tenho um corpo gordo, e agora? Relatos de mulheres obesas que participaram de uma intervenção não prescritiva, multidisciplinar e baseada na abordagem "Health atEverySize Objetivou-se analisar qualitativamente a percepção de mulheres obesas sobre ter um corpo gordo e como elas vivenciaram e foram impactadas por essa condição corporal antes e depois de participarem de uma intervenção não prescritiva, multidisciplinar e baseada na abordagem "Health atEverySize ® ". Trata-se de ensaio clínico prospectivo, quasi-experimental, com um ano de duração. Os dados qualitativos foram coletados por meio da condução de três grupos focais e de entrevistas individuais semiestruturadas. Inicialmente, 30 participantes foram recrutadas; 14 concluíram a intervenção. A partir dos dados dos grupos focais e das entrevistas individuais, três eixos interpretativos foram criados: 1) impactos do corpo gordo; 2) opiniões sobre o próprio corpo e a docilidade do corpo gordo; e 3) movimentação do corpo. As participantes relataram que o corpo gordo impactou na construção de aspectos da sua personalidade, diminuindo, por exemplo, possibilidades de vínculos e interações sociais. A partir dos estímulos da intervenção proposta, segundo as percepções das participantes, tais aspectos foram positivamente afetados. Elas também relataram ter sofrido experiências de assédio moral e discriminação por causa de seus corpos. A partir da exposição às estratégias desta intervenção, as participantes relataram se sentir mais empoderadas para lidar com expectativas acerca de seus corpos e mais confortáveis com sua condição corporal atual. Por fim, relataram transitar de experiências negativas associadas à movimentação do corpo para experiências positivas com as mesmas, motivando-as a inserir mais atividades físicas em suas rotinas, além de proporcionar ganhos fisiológicos e psicológicos. Palavras-chave:Obesidade. Estilo de Vida.

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“…Procuraremos, assim, utilizando ainda o pensamento de Foucault, sustentar a hipótese da experiência da perversão como fenômeno social atravessado por relações de poder e implicado nos processos de subjetivação, fenômeno do qual a ciência se apropria de maneira a normatizar determinadas condutas dos indivíduos. Sublinharemos o papel dos significantes transgressão (à norma) e cura (já não mais salvação) como constitutivos da experiência moderna e como condições de possibilidade para tais intervenções científicas em direção ao controle político dos indivíduos (Birman, 1982(Birman, , 2007.…”

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“…Grosso modo, enquanto o transgressor da Lei é a presentificação do Mal que deve ser extirpado sempre que surge no campo perceptivo da sociedade de soberania, o transgressor da norma é o sujeito doente que deve ser categorizado, classificado, disciplinado, conhecido, tratado etc. De acordo com Birman (2007), pode-se dizer que a passagem da problemática da salvação para a da cura é um dos signos constitutivos da modernidade no Ocidente, parte do processo histórico que implicou a medicalização do campo social. O mal passou a ser visto como anormal e o ideário de cura ocupou o lugar até então da salvação, passagem de suma importância para a entrada da vida nos cálculos do poder.…”

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Possibilidades éticos-estéticas da perversão: a sexualidade perverso-polimorfa como prática de liberdade em Marcuse

Hilário¹,

Cunha²

2012

Psicol. USP

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Este artigo visa explorar a compreensão ético-estética do fenômeno perverso realizada por Marcuse em Eros e Civilização. No registro ético, destacamos o caráter necessariamente moral da categoria de perversão e seu vínculo com a normatização da experiência sexual, com a disciplinarização e controle dos corpos, no quadro da leitura foucaultiana do biopoder, situando Marcuse como crítico de tais processos em sua ligação com o modo de produção capitalista. No segundo registro, da estética, expomos como Marcuse, através da reconfiguração da relação entre Eros e Logos e da afirmação de um ethos estético, propõe que a perversão sexual implica a contestação da ordem vigente e a produção de novos modos de relações consigo e com os outros, em contraste com a regulação instrumental do erotismo. Por fim, indicamos como o campo de possibilidades aberto por Marcuse no domínio da transgressão aponta para a necessidade de retomar criticamente a categoria de perversão.

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A biopolítica na genealogia da psicanálise: da salvação à cura

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Canguilhem e o caráter filosófico das ciências da vida

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Eu Tenho Um Corpo Gordo, E Agora? Relatos De Mulheres Obesas Que Participaram De Uma Intervenção Não Prescritiva, Multidisciplinar E Baseada Na Abordagem “Health at Every Size®”

Possibilidades éticos-estéticas da perversão: a sexualidade perverso-polimorfa como prática de liberdade em Marcuse

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