A social-democracia do MAS boliviano

Abstract

O partido MAS, que governa a Bolívia e é liderado pelo presidente Evo Morales, geralmente é classificado como populista ou como revolucionário. Este artigo contesta ambos os diagnósticos, e sustenta que o MAS é um partido social-democrata. Tanto em sua gênese, como em seu comportamento na oposição, como em suas políticas no governo, o MAS apresenta todas as características necessárias para ser classificado como um representante da social-democracia. Para contestar os diagnósticos predominantes na literatura, o argumento desenvolve-se aplicando três distintas abordagens sobre a social-democracia. Uma comparação histórico-ideológica com os partidos tradicionalmente apontados como social-democratas mostra que o MAS assemelha-se a eles tanto em sua origem fortemente sindical como no tipo de mudança que introduziu na política do país. Uma análise institucional mostra que não procedem as acusações de que é antissistema e contrário à democracia, características associadas tanto aos "populistas", de acordo com "teóricos das duas esquerdas latino-americanas", como aos partidos adeptos da "revolução violenta". Por fim, uma análise das políticas adotadas pelo MAS no governo indica que estão alinhadas com aquelas consideradas como social-democráticas no contexto de integração dos mercados globais. Argumenta-se no texto que o MAS não é em geral classificado como social-democrata, em parte devido a uma visão equivocada sobre suas práticas, e em parte por uma tendência dos estudiosos a chamarem a atenção para o que lhe é específico, e não para o que ele tem em comum com outros partidos de esquerda, como é feito com quaisquer partidos ao catalogá-los em famílias.

Dos Décadas de Cambios en el Escenario Político y Partidario de Bolivia: el lugar del MAS y de los demás

“…Sin embargo, hay que destacar algunas críticas que caracterizan el proyecto del MAS y el líder Evo Morales como populistas. Sin embargo, la identificación de un partido como populista normalmente está asociada a la ausencia de un partido efectivo y a una movilización vertical de masas populares con poca o ninguna autonomía (Reis, 2013). El MAS no se encuadra en eso.…”

“…La fragmentación también se repetía en los Departamentos. A pesar de la mayoría de oposición, generalmente esos gobiernos no estaban pactados con los parlamentares, imposibilitando una acción conjunta articulada en la dirección de fines específicos(Reis, 2013).En el primer mandato, además del control sobre el Senado y sobre los gobiernos departamentales de la media luna 26 , la oposición tuvo una postura defensiva respecto a los proyectos del gobierno y mantuvo como única agenda propositiva la descentralización administrativa con la adopción de las autonomías departamentales. La Asamblea Constituyente fue el escenario de las mayores confrontaciones entre el gobierno, la oposición y los movimientos sociales.…”

Partidos Políticos latino-americanos: padrões organizativos

“…O MAS-IPSP, a AP, o PRD/MEX e o PT constituem nos casos mais próximos da teoria. O primeiro foi formado através da ação do movimento cocaleiro boliviano, de grupos indígenas e de setores da classe média (Gutierrez & Lorini, 2007;Reis, 2013). A AP por meio de movimentos sociais que reivindicação a auditoria da dívida pública equatoriana (Pachano, 2005(Pachano, , 2010.…”

Uma análise sobre o desenvolvimento econômico e político da República Plurinacional da Bolívia nos primeiros anos do governo Morales (2006-2014)

“…6 Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/blogs/outras-palavras/economia-o-notavelexemplo-da-bolivia-6693.html> e <http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/04/criticada-por-estatizacoes-bolivia-eelogiada-por-ex pansao-e-estabilidade.html>. Caracterizado de perfil social-democrata, Evo Morales adota uma ideologia política diferente dos partidos que anteriormente subiram à presidência (Reis, 2013). Seguindo uma linha econômica menos liberal, o governo Morales estatiza recursos naturais, posiciona-se mais livre em relação aos Estados Unidos e amplia políticas públicas em áreas como educação, saúde e transporte.…”

“…Seguindo uma linha econômica menos liberal, o governo Morales estatiza recursos naturais, posiciona-se mais livre em relação aos Estados Unidos e amplia políticas públicas em áreas como educação, saúde e transporte. Tais mudanças causam um impacto positivo na realidade boliviana (Mayorga, 2004;Reis, 2013). É considerando esse cenário, de maior estabilidade política e de melhor desempenho econômico, que a proposta deste artigo se desenvolve.…”