SINOPSEIntrodução: Estudos randomizados sugerem que hiperglicemia está associada a pior desfecho em pacientes críticos, porém seu impacto em vítimas de TCE não está claro. Objetivo: Determinar a relação entre hiperglicemia e prognóstico em vítimas de TCE severo. Pacientes e Métodos: Estudo prospectivo com pacientes vítimas de TCE severo, estratificados em dois grupos segundo a glicemia da admissão (<200mg/dL vs. ≥200mg/dL). O prognóstico foi mensurado através da mortalidade, incidência de infecção, tempos de hospitalização, de ventilação mecânica e em UTI. Resultados: Estudo envolvendo 282 pacientes, com média de idades de 32 ± 15 anos. O gênero masculino foi predominante (92%). A principal causa de TCE severo foi o acidente automobilístico (82%). Os pacientes hiperglicêmicos apresentaram maiores taxas de mortalidade (30% vs. 12%, p<0,001) e de infecção (67% vs. 25%, p<0,001), maiores tempos de hospitalização, de permanência em ventilação mecânica e em UTI. O grupo hiperglicêmico teve risco de mortalidade três vezes maior quando ajustados por idade e índice de gravidade do trauma (ISS). Conclusão: Hiperglicemia precoce é preditor independente de prognóstico em vítimas de TCE severo. São necessários estudos para determinar os níveis críticos de glicose sérica que geram danos e estabelecer metas de tratamento. Palavras-chave: Traumatismo cranioencefálico severo, Hiperglicemia, Prognóstico.ABSTRACT Introduction: Randomized studies suggest that hyperglycemia is associated with poor outcome in critically ill patients, but its impact in traumatic brain injury is unclear. Objective: To determine the relationship between hyperglycemia and outcome in severe traumatic brain injury. Patients and Methods: A prospective study of severe traumatic brain injury patients, stratified into two groups according to admission blood glucose (<200 mg/dL vs. ≥ 200 mg/dL). Prognosis was measured by mortality, incidence of infection, time of hospitalization, mechanical ventilation and ICU. Results: A study involving 282 patients, mean age 32 ± 15 years. Male gender was predominant (92%). The main cause of severe TBI was traffic accident (82%). Hyperglycemic patients had higher mortality rates (30% vs. 12%, p <0.001) and infection rates (67% vs. 25%, p <0.001), longer times of hospitalization, mechanical ventilation and ICU stay. The hyperglycemic group had mortality risk three times greater when adjusted for age and injury severity score (ISS). Conclusion: Hyperglycemia is an early predictor of prognosis in severe traumatic brain injury. Studies are needed to determine the critical levels of serum glucose that cause damage and establish treatment goals. Recebido em novembro de 2010, aceito em dezembro de 2010 Original J Bras Neurocirurg 22 (1): 54-62, 2011 Dantas RN, Pereira CU -Impacto da hiperglicemia em pacientes vítimas de traumatismo cranioencefálico severo 73. zerr KJ, Furnary AP, Grunkemeier G, bookin S, Kanhere V, Starr A. Glucose control lowers the risk of wound infection in diabetics with heart operations.