A leitura e seus poderes: um olhar sobre dois programas nacionais de incentivo à leitura

Abstract

O estudo tem como objetivo efetuar uma análise comparativa e interpretativa de dois planos nacionais recentes de promoção e incentivo de leitura: PNL (Plano Nacional de Leitura), de Portugal, e PNLL (Plano Nacional do Livro e Leitura), do Brasil, buscando esquadrinhar em sua letra as asserções relativas à leitura, suas propriedades benéficas e redentoras, e às formas ideais de sua promoção escolar e social. Sob o ponto de vista teórico, o trabalho utiliza o entendimento foucaultiano de discurso como uma instância de constituição de verdades, sujeita a restrições externas e internas de enunciação, assim como busca efetuar conexões com outros discursos correntes sobre leitura. Acionam-se também algumas ferramentas da Análise Crítica do Discurso, para a análise das formas com que verdades sobre a leitura e seu poder são reafirmadas em textos de grande prestígio social, ao mesmo tempo em que se apontam algumas regularidades e peculiaridades dos dois planos, num exercício que busca desnaturalizá-los.

Experiências De Formação Docente Na Graduação: Em Foco a Literatura Infantil

“…4 Projeto "Organização do ensino e da gestão escolar na Educação Básica" Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente-SP, v. 27, n. Cabe ressaltar, contudo, que a defesa da importância da literatura infantil não se faz de forma totalizante ou ingênua, reforçando muitas vezes o que Silveira (2010) identifica como a função redentora, salvadora dos discursos que envolvem a leitura com vistas à superação, seja de cunho individual ou social, dos problemas em que estamos mergulhados, muitas vezes da posição de letargia em que estamos envoltos. O reconhecimento da relevância de que os processos de formação incluam as discussões acerca da literatura infantil, suas potencialidades e práticas também deve vir acompanhado de uma postura crítica a ser desenvolvida nos profissionais da educação para que não caiam na armadilha de 'utilizar' a literatura infantil como um mero recurso nas práticas alfabetizadoras ou no reforço de conteúdos, condição que contribui para a consolidação dos discursos consensuais que validam quaisquer formas de trabalho com a leitura.…”