Planejamento reprodutivo em área indígena e a busca pela atenção diferenciada: os dilemas entre desigualdade e diferença

Abstract

Resumo A atenção diferenciada é um princípio fundamental para um cuidado não colonizador das populações indígenas. Um dos desafios nesse campo é o planejamento reprodutivo, por envolver tensões entre vontades coletivas e individuais, além da tutela e da autonomia, principalmente com a inserção mais contínua de profissionais via Programa Mais Médicos, como ocorreu no Território Yanomami. O objetivo deste artigo é discutir os aspectos envolvidos na atenção diferenciada ao planejamento reprodutivo, por meio da comparação entre o trabalho de profissionais de saúde em área indígena e não indígena. Para tanto, foi realizado um estudo de caso etnográfico com observação participante do exercício das equipes acessadas pela Supervisão do Programa Mais Médicos e entrevistas com seis profissionais, selecionados pela diversidade de seus perfis. A partir da análise de conteúdo, foram identificadas três categorias: diferença e desigualdade; similaridades; e desafios. Tais divisões trazem a noção de comparação fisiológica, que gera abordagem biomédica, passando pela confusão entre diferença e desigualdade, aspecto responsável por favorecer a colonização e a negação dos direitos - e até as compreensões dos profissionais sobre a cultura - que atravessam o diálogo intercultural.

The Hegemony of the Biomedical Model from the representations of health care worker in the context of a health care model with an intercultural approach in Chugchilán, Ecuador

“…This is how prevention and health promotion is literally based on the indirect "delivery of information" via the PHCT, partial information as it does not deepen or broaden the information, unidirectional information, as it does not seek dialogue with the other, imposed and as a transversal axis to the curative approach that prioritizes diagnosis, disease, and treatment. All this shows an asymmetrical, conflictive relationship with reductionist vision of the person's experience from the hegemonic position of biomedicine (Menéndez, 2016;Ávila;Alves, 2022). Similar cases are repeated during the research and evidence that, as in the studies of Carrasquilla Baza and Pérez Quintero (2018) and Pulido-Fuentes et al ( 2017), health care workers "[are] not aware of the importance of the cultural domain in the way they carry out their work, and this hinders cultural consonance" (Pulido-Fuentes et al, 2017, p.369), falling into "cultural impositions" (Leininger, 1999).…”

“…That is when they come […] I am preparing the patients, I have not seen them come when the child is healthy, they always come when they are already sick […] If the children are not well cared for, if they get sick with diarrhea, then there is a lack of hygiene and care. (NIHCW _11) Therefore, perceptions about Indigenous knowledge are supported by social representations that are based on generalizations and colonial imaginary linked to historical prejudices (Walsh, 2009), from which they end up seeing these behaviors as wrong (Ávila;Alves, 2022). These perceptions do not recognize that Indigenous women develop different and individual representations regarding health-disease-care-prevention processes (Menéndez, 2016), or as Fernández Juárez (2008:41) mentions "Indigenous versions of signs, symptoms, diseases, and therapeutic processes are not equivalent to those of biomedicine and its protocols of action."…”

La hegemonía del modelo biomédico desde las representaciones del personal de salud en el contexto de un modelo de atención en salud con enfoque intercultural en Chugchilán, Ecuador

“…Es así como la prevención y promoción de la salud se basa, literalmente, en la "entrega de la información" indirecta (a través de los TAPS), parcial (no profundiza ni amplía la información), unidireccional (no busca el diálogo con el otro), impuesta y como eje transversal el enfoque curativo -que prioriza el diagnóstico, enfermedad y tratamiento. Todo ello muestra una relación asimétrica, conflictiva y con visión reduccionista de la experiencia de la persona desde la posición hegemónica de la biomedicina (Menéndez, 2016;Ávila;Alves, 2022). Casos similares se repiten durante la investigación y evidencian que, al igual que en los estudios de Carrasquilla Baza y Pérez Quintero (2018) y Pulido-Fuentes et al ( 2017), el personal de salud "no [es] consciente de la importancia del dominio cultural en la forma en que llevan a cabo su trabajo y esto impide la consonancia cultural" (Pulido-Fuentes et al, 2017, p. 369), cayendo en "imposiciones culturales" (Leininger, 1999).…”

“…Por tanto, las percepciones sobre el saber indígena se sustentan en representaciones sociales que se asientan en generalizaciones e imaginario colonial basadas en prejuicios históricos (Walsh, 2009) con respecto a la población indígena, en que se terminan viendo estos comportamientos como erróneos (Ávila;Alves, 2022). Estas percepciones no reconocen que las mujeres indígenas desarrollan representaciones distintas e individuales respecto a los procesos de salud/enfermedad/atención-prevención (Menéndez, 2016), o como menciona Fernández Juárez (2008, p. 41), "las versiones indígenas sobre signos, síntomas, enfermedades y procesos terapéuticos no equivalen a los de la biomedicina y sus protocolos de actuación.".…”

Análise das consequências sociais e de saúde da crise humanitária nas Terras Yanomami

“…Mesmo diante de denúncias em órgãos internacionais, somente após o fim da ditadura, em 1985, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) abordou a exploração territorial e os abusos sofridos pelo povo Yanomami nos estados do Amazonas e de Roraima nas proximidades da fronteira com a Venezuela. Essa recomendação evidenciou-se como um marco importante no avanço da jurisprudência do sistema interamericano 10 .…”