2019
DOI: 10.1590/s0104-12902019170010
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O dom e a dádiva entre parteiras do Amapá: uma abordagem etnográfica

Abstract: Resumo Este artigo trata das visões de mundo e práticas das parteiras tradicionais que moram em Santana (AP, Brasil). Tendo como base pesquisa de campo de caráter etnográfico e entrevistas semiestruturadas, apresentamos o entendimento dessas mulheres acerca do seu ofício, destacando a centralidade desempenhada pelas noções nativas de dom e de divino nesse universo. Também apresentamos e interpretamos a dimensão simbólica das relações estabelecidas entre essas mulheres, as parturientes e a entidade nomeada por … Show more

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“…Os conhecimentos são advindos de crenças, tradições, misticismo, fruto de uma prática empírica e repetida. O saber da parteira não está relacionado à educação formal, mas às experiências acumuladas ao longo dos anos (Cardoso & Nascimento, 2019;Kappaun & Costa, 2020). riqueza cultural e da biodiversidade como elementos importantes para a produção de saúde, além de novos conhecimentos e de tecnologias (Brasil, 2010).…”
Section: Resultsunclassified
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“…Os conhecimentos são advindos de crenças, tradições, misticismo, fruto de uma prática empírica e repetida. O saber da parteira não está relacionado à educação formal, mas às experiências acumuladas ao longo dos anos (Cardoso & Nascimento, 2019;Kappaun & Costa, 2020). riqueza cultural e da biodiversidade como elementos importantes para a produção de saúde, além de novos conhecimentos e de tecnologias (Brasil, 2010).…”
Section: Resultsunclassified
“…Observa-se a busca por parte da gestante pelo parto em casa, conhecido por parto domiciliar planejado, em grandes capitais do Brasil. A residência apresenta-se para essas parturientes como um ambiente seguro e viável para darem à luz(Cursino & Benincasa, 2020;Mocheuti et al, 2020).Diante do ressurgimento deste novo quadro assistencial, Mattos, Vandenberghe e enfatizam em sua pesquisa que o parto domiciliar planejado refere-se aos nascimentos que acontecem em domicilio, de forma intencional e programada pela mãe, juntamente com o profissional responsável pela assistência a ser prestada que a acompanhou previamente no pré-natal, prevenindo, assim, os riscos associados ao seu parto. Esta modalidade de nascimento permite maior controle do ambiente, por parte da parturiente e familiares, envolvidos no evento do parto.O interesse de estudo pela temática surgiu mediante vivências durante trabalhos executados em centros obstétricos, com a identificação de lacunas entre o que foi visto na teoria e o que é colocado em prática nesses ambientes.…”
unclassified
“…55 59 During the selection of articles, it was evident that some Indigenous groups have transitioned to mestizo traditions, which made it difficult to establish if traditional midwives identified as Indigenous. 63–65 …”
Section: Resultsmentioning
confidence: 99%
“…As parteiras tradicionais que participaram do estudo falam da fé, percebem-se portadoras de um "dom" (Pereira, 2016, Cardoso & Nascimento, 2019 e se esforçam para melhor cumpri-lo. Reconhecem a potência dos corpos das mulheres, e a resistência de suas práticas cuidadoras, que propiciam maior grau de autonomia e liberdade diante das possiblidades que Research, Society andDevelopment, v. 10, n. 16, e173101623699, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23699 configuram o seu agir.…”
Section: O Corpo Singular Da Mulher Os Aprendizados E As Relações Construídasunclassified
“…O nascimento, como evento fisiológico, familiar e social, está historicamente associado à arte de partejar, que tem base nas raízes de conhecimento e herança ancestral (Santos, 2016, Santos, 2019, é fruto de saberes e práticas majoritariamente desenvolvidos por mulheres, é mediado pela cultura, ligado a um território, com sistemas de crenças, valores e costumes de um determinado grupo. As parteiras se inserem nesse lugar do partejar pelo conhecimento transmitido oralmente por gerações, com assimilação de experiência, em que o ouvir e observar são acionados pela curiosidade ou pelas necessidades do contexto histórico-social e configuram suas práticas (Gomes, et al, 2016, Oliveira, Peralta & Sousa, 2019, Pereira, 2016, Cardoso & Nascimento, 2019.…”
Section: Introductionunclassified