Este artigo tem por objetivo analisar as representações sobre envelhecimento, gênero e sexualidade na obra de Raul Pompéia, especificamente em O Ateneu. Para tanto, realizou uma pesquisa de caráter qualitativo e cunho exploratório destacando os momentos do livro em que as premissas que embasam a análise surgem. O corpus foi analisado a partir das contribuições teóricas de Roger Chartier (2002) e Michel Foucault (1988, 1996, 1999, 2001 e 2005). Constata-se que as questões pertinentes ao envelhecimento, gênero e sexualidade constituem em um campo discursivo marcado por relações de poder, as quais determinam a maneira como uma sociedade observa cada um dos campos enunciados. A partir desse contexto criam-se padrões de conduta e comportamento responsáveis por disciplinar esses corpos e conduzi-los de maneira adequada, relegando a subalternidade e ao silenciamento todas as formas que não sejam condizentes com esta arquitetura. Não raro, observa-se o uso da violência e da coerção como forma de obliteração dessas diferenças, objetificando os sujeitos e impedindo a sua manifestação plena.