Multidão: esfinge da saúde pública, lugar de inflexão, ideias do bem comum

Abstract

A saúde pública emerge e adquire uma expressividade única em vários lugares, mesmo que sob formas distintas, conforme os jogos de poder a que estavam submetidos. Um traço se faz ali presente: dominar por um certo saber-fazer (como um biopoder) a dinâmica da vida nas populações, para poder agir sobre ela e, com isso, dominar as multidões em seus movimentos; o que escapasse, seria vigiado, capturado e excluído. Poder saber-fazer sobre quantos morrem, nascem, do que morrem e como evitá-lo. Como entrar e controlar esse jogo, é a obsessão e a paranoia sanitária. Esse artigo abre uma conversa sobre o pensar a multidão como uma esfinge que a saúde pública tem de desvelar para controlar, conforme certos modos de governar os outros, indivíduos e coletivos. Torná-la população é sempre sua estratégia de poder central. Na contingência do Rio de Janeiro, que trouxe há um tempo a questão da rua de uma maneira intensa, agregada pela sua presença nos eventos mundiais, Copa do Mundo de Futebol e Olimpíada, a situação dos sinais da rua vão adquirindo expressões muito específicas no que toca à relação multidão e saúde pública, o que, abre janelas para a nossa visão sobre alguns dos dilemas que temos hoje: o fazer-se multidão de vários modos coloca em cheque as estratégias governamentais que apostam na fabricação da categoria "população".

Rede Básica, campo de forças e micropolítica: implicações para a gestão e cuidado em saúde

“…One of the forces in this field seeks to assist managers, health workers and users based on protocols, procedures and prescriptions conceived from the latest scientific and technological advances, with medicines, equipment and behaviors that promise to cure or prevent the disease affects the biological bodies of individuals and collectivities 18 . It is an active force in health services and society, empowered by public health, as a way to categorize crowds, intensely seeking to manage the lives of others, act on their bodies and their ways of living 20 .…”

Intersetorialidade e participação social na gestão da educação permanente em saúde em um município de pequeno porte do Rio Grande do Sul: percepções de um Núcleo Municipal de Educação em Saúde Coletiva

“…Ao mencionar as instituições de ensino, ou de usuários, por exemplo, existem inúmeros universos possíveis, assim como as esferas de gestão política do SUS incluem multiplicidades que vão da gestão setorial, gestão de si, do seu processo de trabalho até a gestão do Ministério da Saúde. Tal como a esfinge descrita por Merhy (2015), qualquer campo da composição básica do quadrilátero pode ser pensado como uma multidão 9 .…”

Embracement as an analyzer of the relationships between professionals, managers and users

“…Such a society is known as "a society of relations", adding that title to those listed contemporaneously: society of knowledge, society of information, society of service (1) . In Brazil, collective health authors (2)(3)(4) state that health is an occupation which is set up in the socio-historical context. These authors consider that health outcomes are immaterial goods, a symbolic good produced from the relation between the worker and the user through reading needs and using instruments (including knowledge), aiming at the transformation of something previous into something new/different, in order to accomplish an end goal.…”