Processo de gestar e parir entre as mulheres Kaingang

Abstract

Este estudo teve por objetivo identificar o processo de gestação e nascimento entre as mulheres Kaingang. Pesquisa qualitativa de abordagem etnográfica, realizada com 30 mulheres Kaingang, na Terra Indígena de Faxinal de Catanduvas-PR. A coleta de dados ocorreu por meio de observação participante, entrevistas e grupo focal, no período de janeiro a abril de 2011 e foram analisados à luz da Teoria Transcultural do Cuidado. A população estudada tinha entre 14 e 100 anos. A concepção de parto tem mudado com o passar das gerações, sendo que as mais velhas acreditam ser melhor parir acocorada em casa, já as mulheres mais novas demonstram insegurança de ter os filhos fora do hospital. Foi identificada insatisfação na assistência durante o parto. É necessária a adequação das práticas de forma a preservar a cultura da etnia sem a exposição de mulheres e recém-nascidos ao risco de complicações ou mortalidade.

Amongst wishes and possibilities: eating habits of pregnant women from an urban community in Southern Brazil

“…Such aspects have been detected in studies that discuss women's social role in the performance of motherhood, whether it is during pregnancy or during the later stages of life. [4][5][10][11] Furthermore, it is possible to argue that the representations of motherhood resulting from public policies expand the possibilities of normal maternal behaviors, the ways to care and feel, which affect the mother-child relationship, what is "normal" and "natural". This understanding is closely related to the new politicization of motherhood.…”

Saúde sexual, reprodutiva e aspectos socioculturais de mulheres indígenas

“…Outras questões, como a diminuição do número de parteiras nas aldeias e a falta de interesse das jovens em aprender tal prática, associada à insegurança em ter o parto na aldeia, corroboram para o aumento da demanda por partos hospitalares (8) . O parto hospitalar, mesmo apresentando melhor aceitação pelas mulheres indígenas mais jovens, traz incômodos relatados por elas, como: posição horizontal, que é desconfortável ao parto, pois na aldeia são realizados de cócoras; perda de autonomia na escolha da via de parto, culminando em cesáreas; distanciamento da família no acompanhamento do parto; dificuldade da mulher, após o parto, em seguir os cuidados e regras próprias da sua cultura no ambiente hospitalar (dieta especial, cuidado com a placenta e recém-nascido, uso de ervas); incômodo do toque vaginal; sentimento de discriminação (10) . Chama atenção, neste estudo, o elevado percentual de indígenas que foram submetidas a parto cesárea (31,2%).…”

“…Essa situação tem aumentado o número de encaminhamentos de gestantes para realizarem pré-natal e parto em municípios próximos, fragilizando as práticas de autoatenção das gestantes e parteiras indígenas que possuem saberes e cuidados próprios para garantir uma gestação e um parto saudáveis (24) . Além disso, a insegurança e o despreparo das equipes multiprofissionais de saúde indígena no acompanhamento das mulheres no ciclo gravídico puerperal contribuem para o aumento da medicalização do parto (10) . Outro fator destacado é o incentivo econômico disponibilizado aos serviços hospitalares de referência para atendimento dessa população, culminando no maior acesso à tecnologia médica na gestação e no parto (25) .…”

“…Esse número é considerado elevado em relação à taxa de fecundidade nacional brasileira de 1,9 filhos em 2010. Além de intervalos intergenésicos curtos, observase precocidade na primeira gravidez e assistência pré-natal precária (8)(9)(10) .…”

O cuidado à saúde da população indígena Mura de Autazes-Amazonas: a perspectiva das enfermeiras dos serviços

“…Moliterno (94) ao investigar o processo de gestação e nascimento entre as mulheres indígenas da etnia Kaingang, identificou a insatisfação na assistência durante o parto. Sendo necessária a adequação das práticas de forma a preservar a cultura dessa etnia.…”