2007
DOI: 10.1590/s0104-026x2007000300002
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O amor (e a mulher): uma conversa (im)possível entre Clarice Lispector e Sartre

Abstract: Com o presente trabalho visamos fazer uma análise do conto "O amor", de Clarice Lispector, a partir das seguintes categorias apontadas por Sartre em O ser e o nada: olhar-ser olhado, instrumentalidade (funcionalidade) e amor. Partimos da experiência elaborada por Clarice em seu texto, na qual Ana, dona de casa atarefada e 'empenhada' em servir aos familiares ("pura funcionalidade"), se depara, numa de suas idas e vindas à cidade, com um cego mascando chicletes. Ora, um cego é um olho que não olha, é um olho se… Show more

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“…E isso não atinge somente aquelas que procriaram; mesmo não sendo mães, mulheres são interpeladas identitariamente a exercer o cuidado e a renunciar de si mesmas para centrar-se no outro (ZANELLO, 2018). Mesmo cansadas ou insatisfeitas nesse lugar, há um ganho narcísico e elas passam a precisar que sejam precisadas (ZANELLO, 2007). Como destacado por Zanello (2018), trata-se de um "empoderamento colonizado": o cuidado confere valor e reconhecimento social às mulheres, mas não subverte as condições estruturais de poder e de opressão.…”
Section: Introductionunclassified
“…E isso não atinge somente aquelas que procriaram; mesmo não sendo mães, mulheres são interpeladas identitariamente a exercer o cuidado e a renunciar de si mesmas para centrar-se no outro (ZANELLO, 2018). Mesmo cansadas ou insatisfeitas nesse lugar, há um ganho narcísico e elas passam a precisar que sejam precisadas (ZANELLO, 2007). Como destacado por Zanello (2018), trata-se de um "empoderamento colonizado": o cuidado confere valor e reconhecimento social às mulheres, mas não subverte as condições estruturais de poder e de opressão.…”
Section: Introductionunclassified
“…Os argumentos e reflexões propostos por Zanello (2007) nos ajudam a compreender como a maternidade pode deixar de ser conflito, função ou amor-sacrifício, para significar benefícios e reordenamento da vida de donas de casa/mães. Na ótica patriarcal a mulher "é congelada na cegueira dos outros, enquanto puro instrumento" (p.532), todavia, a mulher "se nutre desse olhar, identificando-se com o que nele se reflete como dela mesma.…”
Section: Já Viu Né? (P10)unclassified