2004
DOI: 10.1590/s0104-026x2004000100007
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Observações sobre a libido colonizada: tentando pensar ao largo do patriarcado

Abstract: 0. Neste texto faço um conjunto de observações exploratórias acerca de como lidamos com nossos desejos. Meu pensamento norteador é que nossos desejos são parte de uma arena que é, em sentido amplo, uma arena política e portanto pertence à esfera de nossa soberania em relação, por exemplo, aos ditames da natureza. É porque nossos desejos são politizáveis que nossa libido -o que conduz nossos desejos -pode ser colonizada. Penso que o patriarcado que normatiza a heterossexualidade -o heteropatriarcado -é um regim… Show more

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“…Williams (2012) afirma que tanto os atos sexuais explícitos como os implícitos apresentados nos filmes pornográficos são de extrema importância para configurarem as maneiras pelas quais se aprende e se vivencia a sexualidade, pois através deles são desenvolvidas atitudes observando corpos de outros. No mesmo sentido, Besunsan (2004Besunsan ( , 2006 acredita que a capacidade de erotização é agenciada por um conjunto de instituições (dentre elas, as mídias) que constroem os parâmetros para a expressão do desejo sexual e dizem como deve ser o relacionamento com o que nos excita. Assim, o sistema capitalista contemporâneo estabelece formas de desejo e o situa como algo que precisa ser saciado, consumido e vigiado: desejamos o que é esperado de nós, caso contrário, sentimos vergonha ou não nos aceitamos.…”
Section: Consumo De Pornografia: O Que Disseram Os Participantes -E O Que Compreendemosunclassified
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“…Williams (2012) afirma que tanto os atos sexuais explícitos como os implícitos apresentados nos filmes pornográficos são de extrema importância para configurarem as maneiras pelas quais se aprende e se vivencia a sexualidade, pois através deles são desenvolvidas atitudes observando corpos de outros. No mesmo sentido, Besunsan (2004Besunsan ( , 2006 acredita que a capacidade de erotização é agenciada por um conjunto de instituições (dentre elas, as mídias) que constroem os parâmetros para a expressão do desejo sexual e dizem como deve ser o relacionamento com o que nos excita. Assim, o sistema capitalista contemporâneo estabelece formas de desejo e o situa como algo que precisa ser saciado, consumido e vigiado: desejamos o que é esperado de nós, caso contrário, sentimos vergonha ou não nos aceitamos.…”
Section: Consumo De Pornografia: O Que Disseram Os Participantes -E O Que Compreendemosunclassified
“…Dessa forma, Besunsan (2004) acredita que a pornografia mainstream estimula os homens a considerar que existem instintos sexuais puros e desejos que eles devem ter, e para os quais as mulheres devem se submeter. Há uma forma de desejar e ser desejado que é imposto pela pornografia, e é a partir de seu roteiro que o homem pensa quando quer e pratica relações sexuais.…”
Section: Consumo De Pornografia: O Que Disseram Os Participantes -E O Que Compreendemosunclassified
“…No entanto, considerando que, se não as portas, as janelas para o espaço da disputa pelo poder foram forçadas até se abrirem às mulheres ao longo de toda a história, poderíamos afirmar que a reação à força opressiva do gênero dominante, o masculino, recrudesceu e ampliou seu território conquistado. E apesar de tal sujeito feminino não ser "esquartejável" a priori em político, social e culturalcomo o é em peitos, bundas e coxas, pela mídia, por exemplo -, para fins desta análise, parto da reflexão do sujeito social feminino, no desempenho de um papel que escapa ao padrão do "regime de desejo" discutido pelo filósofo Hilan Bensusan (2004) Nesse sentido, para a interpretação que busco, o resultado imediato da escolha desse nível narrativoconsiderada a possibilidade de a narradora ser participante direta da história, portanto, elemento diegéticoé aproximá-la do leitor, de modo que ambos vejam a representação sob o mesmo prisma.…”
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“…Dessa maneira, importa observar que a ação dinâmica da personagem, além de dar o movimento da narrativa mesma, representa uma atitude libertadora, já que para o filósofo o "agenciamento é o oposto da liberdade" (BENSUSAN: 2004, p. 138) e "expandir a liberdade é destruir agenciamentos" (ibidem). Nessa arena que, segundo Bensusan (2004), é o desejo, a personagem assume a posição de ataque, ao contrário do que prescreve o regime de desejo que lhe diz para aceitar sua condição natural de quem deve ser desejada, e atender aos desejos do homem. Há uma inversão.…”
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