“…Mott (2002) frente a multiplicação de pesquisas (artigos, dissertações, teses, relatórios e cartilhas) sobre o tema da assistência ao parto no Brasil, analisa as produções de 1972 a 2002 feitas por pesquisadores, grupos feministas e organizações governamentais e não-governamentais das mais diferentes regiões, objetivando, dentre outros, a divulgação destes estudos, uma vez considerada a relevância do tema.Analisando as tendências de publicações sobre o tema, Pimenta (2013) evidencia que o reconhecimento é a maior recompensa para as parteiras.Reconhecendo o valor da biodiversidade e a importância da diversidade cultural dos saberes tradicionais para a conservação e uso sustentável, a Convenção sobre Diversidade Biológica (Tratado Internacional assinado durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento -CNUMAD, Rio de Janeiro, 1992), levou os países a estabelecerem legislação específica para regulamentar o acesso aos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais.Corroborando com o reconhecimento dos saberes e consequente valorização, foi a instituição, no dia 05 de maio, do Dia Internacional da Parteira, criado em 1991, pela Organização Mundial da Saúde; No Brasil, a Câmara dos Deputados instituiu, pela Lei nº 13.100/15, o dia 20 de janeiro como Dia da Parteira Tradicional. (BRASIL, 2008).O Ministério da Saúde criou, no ano 2000, o Programa Trabalhando com as Parteiras, que busca "sensibilizar secretarias estaduais e municipais de Saúde e profissionais da área para desenvolverem ações de resgate, apoio e qualificação dessas mulheres" (MINISTÉRIO DA SAÚDE), estimulando a "troca entre os saberes tradicional e o técnico-científico"; Uma das ações do programa foi a publicação do Livro da Parteira Tradicional, como parte do investimento em "reconhecer e valorizar o trabalho das parteiras tradicionais com sua sabedoria capaz de perceber o caráter familiar e íntimo do nascimento incluindo o trabalho das parteiras tradicionais como elemento importante no cuidado materno e infantil"(BRASIL, 2012, p. 09).Atrelado à valorização dos conhecimentos tradicionais o Governo Federal, em 2011, lança o Programa Rede Cegonha (BRASIL, 2011), visando "ampliar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez", sistematizando e institucionalizando um modelo de atenção ao parto, construído com base nas experiências inclusive das parteiras.…”