Psicologia ambiental, Psicologia do Desenvolvimento e Educação Infantil: integração possível?

Abstract

Objetiva-se mostrar como vem sendo feita a integração entre Psicologia Ambiental, Psicologia do Desenvolvimento e Educação Infantil, tendo como base pesquisas empíricas com foco na organização espacial em creches, agrupadas em duas linhas: (1) pesquisas sobre arranjo espacial (maneira como móveis/equipamentos estão posicionados em salas de crianças de 1-2/2-3/3-4 anos), evidenciaram como um dos elementos ambientais mediadores da interação criança-criança e criança-educador favorece certas práticas educativas e interativas e impede outras; (2) estudos sobre uma escala norte-americana de avaliação de qualidade de ambientes infantis coletivos e outro sobre análise de princípios de qualidade de creches em documentos nacionais e estrangeiros indicaram a adequabilidade da escala para nosso contexto e o compartilhamento de indicadores de qualidade. Tais dados empíricos demonstram a possibilidade de integração entre Psicologia Ambiental, do Desenvolvimento e Educação Infantil.

O desenvolvimento da exploração locomotora e o processo de transição do bebê à creche: (pro)posições, negociações e percursos

“…Para além dos primeiros dias de frequência, torna-se importante ponderar uma maior escala temporal da transição e maior maleabilidade do espaço (Campos-de-Carvalho & Souza, 2008;Sumsion et al, 2018), tendo-se em vista que mesmo as aquisições locomotoras passam a se articular a práticas culturais e possibilitar variações na sua função social, na medida que "a compreensão, significado e valor social e cultural que a criança tem dela varia em cada momento do seu processo de apropriação e de constituição nela" (Pino, 2010, p. 747). Nos dados, isso era particularmente rico em situações interativas, e nas mudanças nos modos de relação com os outros (Clearfield, 2011;Thurman & Corbetta, 2017).…”

“…No que se refere ao adultoparticularmente o educador -, seu papel era fundamental, conjuntamente com a instituição, no processo de conceber e planejar o espaço, de garantir sua funcionalidade, salubridade e qualidade (Campos-de-Carvalho & Souza, 2008) e conduzir o propósito, ritmo e fluxo da rotina dentro do ambiente (Pairman, 2018). Ele também pode precisar atuar de modo mais próximo ao bebê, no sentido de disponibilizar brinquedos ao seu alcance e fornecer apoio, emocional e corporal, para encorajar o deslocamento.…”